Pela primeira vez na história, os Estados Unidos admitiram publicamente o risco de uma guerra com duas potências nucleares ao mesmo tempo, a China e a Rússia. Apesar da capacidade militar do país, lutar simultaneamente contra elas seria muito difícil.
A avaliação foi feita pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, Mark Milley, o principal general do país. Mas havia um objetivo: o militar queria a aprovação do maior orçamento de Defesa da história de seu país.
O general norte-americano e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, foram ouvidos pelo Comitê dos Serviços Armados da Câmara para pedir a aprovação do Congresso dos EUA para gastar US$ 824 bilhões (R$ 4,3 trilhões) nessa área.
“Tanto a China quanto a Rússia têm meios para ameaçar a segurança nacional dos EUA. Mas a história não é determinista, e a guerra com eles não é nem inevitável, nem iminente”, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, Mark Milley.
Falando para o Comitê dos Serviços Armados da Câmara dos Deputados, Milley traçou todos os elementos de risco em curso. Ele disse, por exemplo, que a Rússia fez um dos maiores exercícios com mísseis intercontinentais da história recente, com 3.000 homens no centro do país. E chamou atenção para o fato de Putin “usar retórica e postura nucleares irresponsáveis”.
De acordo com dados do governo norte-americano, Rússia e EUA detêm cerca de 90% das 13 mil ogivas espalhadas pelo mundo — desse total, 1.600 estão prontas para uso a qualquer momento por ambos os lados. A China aparece em terceiro, com 410, enquanto aliados ocidentais como França e Reino Unido têm, respectivamente, 290 e 225.
O general também não deixou passar a visita do líder chinês, Xi Jinping, a Putin na semana passada, que reforçou uma aliança selada bem antes da guerra na Ucrânia começar.
