O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez duras críticas ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), nesta quarta-feira (29), ao comentar a situação da segurança pública no estado após a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, considerada a mais letal da história fluminense, deixou 64 mortos — entre eles, quatro policiais — e resultou na prisão de 81 pessoas.
Durante sua chegada ao Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad afirmou que o governo estadual tem sido omisso no enfrentamento ao crime organizado. “O governo do Estado do Rio tem feito praticamente nada com relação ao contrabando de combustível, que é como você irriga o crime organizado, então para você pegar o andar de cima do crime organizado, que é quem efetivamente tem o dinheiro na mão, você tem que combater da onde está vindo o dinheiro”, declarou.
Segundo o ministro, há um consenso sobre as principais fontes de financiamento das facções criminosas no Rio. “No caso do Rio de Janeiro, todos sabem que o dinheiro do crime organizado vem, principalmente, do contrabando de combustível, da fraude tributária, da simulação de refino e da distribuição de combustível batizado”, afirmou.
Haddad reforçou que o governo estadual deveria atuar em conjunto com a União para enfraquecer as bases financeiras das organizações criminosas. “Eu penso que o governador deveria acordar para esse problema que é crônico no Rio de Janeiro e nos ajudar, ajudar a Receita Federal a combater o andar de cima, porque, quando o dinheiro está irrigando o crime, é muito difícil na ponta conseguir controlar. Sem dinheiro, eles têm pouca capacidade de atuação”, completou.
O ministro também defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que tramita na Câmara dos Deputados, com o objetivo de ampliar a integração entre governos e órgãos federais no combate ao crime organizado.
Haddad critica postura de Castro no combate ao crime organizado