Haddad culpa Bolsonaro pelo vídeo de Nikolas Ferreira sobre o Pix

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista exclusiva ao CNN 360° nesta sexta-feira (17), fez uma acusação contundente sobre a recente polêmica envolvendo o Pix e a fiscalização do governo federal. Para Haddad, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria por trás do vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), no qual a medida de fiscalização foi duramente criticada. O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que o governo revogou a medida que ampliaria a fiscalização sobre transferências do Pix superiores a R$ 5.000.

“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do [deputado] Nikolas, o [marqueteiro] Duda Lima foi quem fez a produção do vídeo. E eu penso que o Bolsonaro tem uma bronca com a Receita pelas questões conhecidas”, afirmou Haddad, sugerindo que a movimentação tinha a intenção de atingir a imagem da Receita Federal e do governo.

O ministro explicou que a animosidade entre os Bolsonaro e a Receita Federal vem de investigações importantes envolvendo a família do ex-presidente. “A Receita Federal descobriu o roubo das joias, a Receita Federal abriu investigação das rachadinhas, a Receita Federal abriu a investigação sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro sem uma notável fonte de renda”, declarou Haddad.

“A Receita Federal foi alvo de críticas e ataques por parte da família Bolsonaro, e isso não é novidade”, continuou o ministro, indicando que a escolha de atacar a Receita Federal pode ser atribuída a uma tentativa de descreditar a instituição devido a essas investigações.

A medida que foi revogada visava um monitoramento mais rigoroso das transferências acima de R$ 5.000 realizadas por pessoas físicas através do Pix. O objetivo do governo era aumentar a fiscalização e facilitar a identificação de contribuintes que não estavam declarando os tributos corretamente. No entanto, a iniciativa gerou grande repercussão nas redes sociais, com muitos usuários interpretando-a como uma forma de cobrança de taxas extras, o que não era o caso, mas que levou a um recuo do governo.

Trabalhadores informais e comerciantes também ficaram preocupados com os possíveis impactos financeiros que poderiam afetar seus negócios.


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