O grupo terrorista Hamas entregou nesta segunda-feira (13) apenas quatro dos 28 corpos de reféns falecidos que havia se comprometido a devolver como parte do acordo de cessar-fogo. A entrega parcial, que se seguiu à libertação dos 20 reféns vivos, gerou grande indignação e angústia entre os familiares que ainda aguardam os restos mortais de seus entes queridos.
O Hamas afirmou que os corpos são de Guy Illouz, Yossi Sharabi, Bipin Joshi e do Capitão Daniel Perez. No entanto, eles ainda passarão por um rigoroso processo de identificação no Instituto Forense Abu Kabir. A desconfiança é alta: em fevereiro, o Hamas entregou um caixão com a foto de Shiri Bibas, mas dentro estava o corpo de outra mulher.
A decisão de entregar apenas uma pequena fração dos corpos foi recebida pelas famílias como uma “violação flagrante do acordo” e um aumento inaceitável do sofrimento.
O acordo de trégua previa a devolução dos corpos de todos os reféns falecidos em poder do Hamas. Contudo, dias antes, o grupo terrorista já havia insinuado dificuldades em localizar todos os restos mortais no prazo estabelecido.
Embora a inteligência israelense esperasse receber entre sete e quinze corpos, a cifra final de quatro foi muito menor, aumentando a frustração. O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, já havia alertado as famílias sobre os obstáculos logísticos e de localização, o que pode atrasar o processo.
A repatriação dos quatro corpos ocorreu em um tom solene. Comboios do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) dirigiram-se ao sul da Faixa de Gaza para recolher os ataúdes.
Os caixões, envoltos em bandeiras israelenses, foram entregues às forças israelenses em uma breve cerimônia, presidida por um rabino militar. Receberam honras antes de serem escoltados para o Instituto Forense Abu Kabir, em Tel Aviv, para a identificação. Os restos mortais de militares serão levados à base de Shura.
As autoridades israelenses estimam que o processo de identificação possa levar de 10 a 48 horas, após o qual os corpos serão entregues às famílias para o devido sepultamento.
A reação do Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos foi imediata. Eles classificaram a entrega parcial como uma “violação flagrante do acordo por parte de Hamas” e exigiram ação imediata do governo israelense e dos mediadores internacionais.
“Esperamos que o governo de Israel e os mediadores ajam imediatamente para corrigir esta terrível injustiça,” expressou o grupo, que ressaltou o sofrimento extremo dos familiares.
O Presidente Isaac Herzog tentou acalmar a população, garantindo que o Estado de Israel não descansará nem guardará silêncio até cumprir a obrigação “moral, judia e humana” de trazer de volta todos os desaparecidos.
Para o Judaísmo, o sepultamento digno é essencial, e o Hamas, ciente desse sofrimento, tem especulado com a angústia dos familiares ao reter os cadáveres.
Diante da alegação do Hamas de que a ofensiva israelense dificulta a localização dos corpos, os mediadores anunciaram a criação de uma equipe internacional para buscar os restos mortais, embora o temor das famílias seja de que a iniciativa não alcance seu objetivo.
