Hamas entrega corpo de 16º refém israelense desde início da trégua

O grupo terrorista Hamas entregou à Cruz Vermelha o corpo de mais um refém israelense na última segunda-feira, somando 16 cadáveres devolvidos desde a entrada em vigor da trégua, em 10 de outubro. A ação ocorreu em coordenação com equipes de resgate egípcias e segue sob supervisão do Exército de Israel.


Segundo informações das Forças de Defesa de Israel (FDI), os veículos da Cruz Vermelha se dirigiram a um ponto de entrega na cidade de Gaza para recolher o corpo, que ainda não foi identificado publicamente pelo Hamas.

“O pessoal da Cruz Vermelha, um equipe técnica egípcia e um integrante de Hamas receberam permissão para ingressar nas áreas controladas por nós para localizar a nossos reféns”, afirmou a porta-voz israelense Shosh Bedrosian.

Desde o início da trégua, o Hamas também liberou os 20 reféns sobreviventes, mas familiares dos secuestrados afirmam que o processo é insuficiente. O Foro de Reféns e Famílias Desaparecidas denunciou que ainda restam 13 corpos em poder do Hamas:

“Hamas sabe exatamente onde está cada um dos reféns falecidos. Duas semanas se passaram desde a data limite estabelecida para a devolução dos 48 corpos, mas 13 seguem em mãos do grupo”, afirmou o fórum.

Os familiares pedem que Israel, os Estados Unidos e mediadores internacionais, incluindo o Egito, não avancem para a próxima fase do acordo até que todos os corpos sejam devolvidos.

O Hamas, por sua vez, alegou dificuldades na localização dos corpos devido à destruição causada pela guerra e ao deslocamento de quem os enterrou:


“Existem desafios para localizar os corpos de reféns israelenses porque a ocupação modificou o terreno em Gaza. Alguns de quem os enterraram já faleceram ou não lembram onde o fizeram”, disse Khalil al-Hayya, principal negociador do grupo.

Nos últimos dias, Egito mobilizou equipes de resgate e maquinário pesado para Gaza, coordenando com Israel um operativo de recuperação dos corpos prioritários, conforme solicitado pelos israelenses.

Enquanto isso, a trégua permanece vigente sob mediação dos Estados Unidos, que promovem a criação de um sistema internacional de segurança para supervisionar o pacto e a entrega humanitária em Gaza. Washington sugere a participação de tropas de países árabes e muçulmanos na força de monitoramento, mas Israel rejeita a presença militar da Turquia, citando postura hostil de Erdogan.

Paralelamente, Israel retirou parte de suas forças de áreas urbanas de Gaza, mantendo o controle de quase metade do enclave sobre a chamada Linha Amarela. O ministro da Defesa, Israel Katz, anunciou ainda a revogação do estado de emergência nas localidades vizinhas a Gaza pela primeira vez desde outubro.

Agências humanitárias ressaltam a necessidade de abertura total de passagens fronteiriças, especialmente a de Rafah com o Egito, para aliviar a crise humanitária no enclave.

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