O grupo libanês Hezbollah divulgou nesta quinta-feira (20) uma nota em que condena duramente as ameaças recentes feitas pelos Estados Unidos contra o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Segundo o movimento xiita, apenas cogitar publicamente a possibilidade de assassinato do líder iraniano é um ato “insensato” e uma “ofensa a milhões de muçulmanos”.
“A ameaça de assassinato é um ato de insensatez e imprudência com graves consequências. Apesar da absurdidade e da perversidade de quem profere tais ameaças, sequer enunciá-las já constitui uma ofensa a centenas de milhões de fiéis, admiradores e defensores do Islã”, afirmou o Hezbollah em comunicado divulgado por veículos internacionais.
Considerado um dos principais aliados do regime iraniano, o Hezbollah classificou a ameaça como um “ataque direto” à autoridade de Khamenei, descrito como uma figura de “influência imensa”, não apenas no Irã, mas em comunidades muçulmanas ao redor do mundo.
No mesmo comunicado, o grupo libanês alertou que os EUA enfrentarão as “consequências” por seu apoio à ofensiva israelense em Gaza e à postura contra o que chama de “resistência regional”. “Os Estados Unidos perceberão que afundaram em um abismo profundo devido ao seu apoio tirânico à brutal agressão israelense em Gaza, à resistência da região e à República Islâmica do Irã.”
A reação veio após o ex-presidente Donald Trump, em uma postagem na rede Truth Social, ter dito: “Sabemos exatamente onde se esconde o chamado ‘líder supremo’. É um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos eliminá-lo (matá-lo!), pelo menos não por agora.”
Ministro israelense compara Khamenei a Hitler
Também nesta quinta-feira, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, comparou o aiatolá Ali Khamenei a Adolf Hitler e declarou que “não pode continuar existindo”, após visitar a cidade de Holon, onde um míssil iraniano atingiu uma área residencial.
“Um ditador como Khamenei, que lidera um país como o Irã e tem como objetivo declarado a destruição do Estado de Israel, esse objetivo horrível, não pode continuar ou se concretizar”, declarou Katz a jornalistas no local.
O ministro também estabeleceu uma analogia com o Holocausto: “Eu comparo com o cenário em que, durante o Holocausto, se o Estado de Israel já existisse, com Forças de Defesa fortes, e soubéssemos que poderíamos enviar o Exército para capturar o inimigo do povo judeu, Hitler, para frustrar seu plano de aniquilação, nós teríamos feito isso. Teríamos capturado e eliminado Hitler. Vejo Khamenei como o Hitler moderno”, concluiu.
As declarações de Katz ocorreram no sétimo dia de confrontos diretos entre Israel e Irã, após uma nova onda de mísseis iranianos atingir diversas cidades israelenses. Um dos alvos foi o Hospital Soroka, na cidade de Beersheba, que sofreu danos e registrou ao menos 47 feridos.
