O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (11) que há uma “certa dificuldade” em pautar a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Em entrevista à revista Veja, Motta declarou que não há “ambiente para anistiar quem agiu daquela forma”, classificando os eventos como “muito grave” por terem incluído “planejamento de morte de pessoas”.
A declaração ocorre após a recente ocupação do plenário da Câmara por deputados da oposição, em um “motim” que durou mais de 30 horas. A manifestação pedia a anistia dos condenados, o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado. A Mesa Diretora da Câmara já solicitou a punição de 14 parlamentares envolvidos na obstrução.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
Motta também criticou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O presidente da Câmara expressou sua oposição à conduta do parlamentar, que, segundo ele, trabalha para a aplicação de tarifas sobre produtos brasileiros, o que causaria prejuízos à economia nacional.
“Eu não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do seu país. Isso não pode ser admitido”, afirmou Motta. Ele reforçou que, embora Eduardo Bolsonaro possa defender suas posições políticas, ele não deve “atentar contra o país”.
Futuro da Pauta Legislativa
O presidente da Câmara defendeu que a obstrução do plenário na semana passada foi “fora do razoável”, pois ultrapassou os limites do regimento interno. Motta também afirmou que não há mandato à distância e que a atuação do deputado “é contra o Brasil”.
Para o segundo semestre, o presidente da Câmara disse que o foco será em temas importantes para a população. Ele anunciou que levará à reunião de líderes na terça-feira (12) projetos sobre a proteção de crianças e adolescentes em plataformas digitais, citando uma recente postagem do influenciador Felca sobre a “adultização” de crianças nas redes.
