Escolhido de Lula (PT) para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Antônio Mathias Nogueira Moreira (à direita na foto) tem um histórico de escândalos, que vão desde demissão por justa causa do Banco do Brasil e um acordo de não persecução penal por prejuízo à Caixa Econômica Federal, registrou a Folha de S.Paulo.
Mesmo assim, ele foi indicado para o cargo pelo ministro do TCU Bruno Dantas, que é aliado do petista.
Moreira será sabatinado pela Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira, 19.
A demissão do Banco do Brasil
Moreira foi demitido do Banco do Brasil em 2011, acusado de cometer irregularidades quando era gerente-geral da agência de Sento Sé, na Bahia.
Conforme auditoria interna do banco, ele autorizou um empréstimo para uma empresa do tio e da noiva.
Além disso, Antônio Moreira prestava consultoria à empresa e recebia renda extra pelo serviço.
O processo administrativo também indica “fraudes relacionadas à contratação irregular e desvio de recurso oriundos do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], liberação de operações fraudulentas de desconto de cheques, utilização indevida de contas internas de banco, abertura e movimentação de valores em contas correntes de forma irregular”.
Moreira foi acusado de movimentar, sem autorização, a conta-corrente do município de Sento Sé. Ele admitiu ter sacado valores durante a apuração interna.
As operações autorizadas por Antônio Moreira causaram prejuízo de quase 350 mil reais ao Banco do Brasil.
Ele foi demitido por justa causa.
Prejuízo à Caixa
O Ministério Público Federal investigou Moreira por suposta fraude pelo trabalho dele na Caixa Econômica Federal.
O MPF acusou Moreira de ter “falsificado assinaturas e inserido dados falsos em documentos e sistemas de informação” para conceder empréstimos a uma empresa dele próprio, a M Moreira Serviços de Informática e Eventos Ltda, quando era gerente de uma agência da Caixa em Amélia Rodrigues, na Bahia.
Para escapar de punição, ele assinou um acordo de não persecução penal com o MPF.