Invasões de terras no governo Lula superam registros de primeiro ano de Bolsonaro

Nos primeiros três meses do terceiro mandato do presidente Lula, as invasões de terras já superaram todos os registros de 2019, primeiro ano do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), foram registradas pelo menos 16 ocupações em 2023, contra 11 em 2019.


A mais recente ocupação foi realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no município de Timbaúba, em Pernambuco, marcando o início do chamado “abril vermelho”, mês de mobilização do movimento. Após o período mais severo da pandemia da Covid-19, os ativistas prometem a retomada massiva das ocupações de terras.

As invasões de terras no governo Lula vão contra as promessas que o presidente fez durante a campanha. O MST afirma que o governo ainda não se reuniu com o movimento para mediar os conflitos, mas o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirma que as portas do Palácio do Planalto estão abertas para o movimento dialogar e reivindicar um pedaço de terra.

No Congresso Nacional, existe um movimento de parlamentares para criar uma CPI do MST. A Comissão pretende investigar a recente onda de invasões promovidas principalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra e também pela Frente Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL). O pedido de CPI foi apresentado pelo deputado federal tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos).

Diante da situação, a Frente Parlamentar da Agropecuária lançou a Semana de Combate à Invasão no Campo com o lema: “Quem invade terras, invade também a sua casa, invade a sua mesa”. O grupo tem feito uma série de postagens sobre o tema nas redes sociais. Na próxima semana, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados vai receber o ministro da Justiça, Flávio Dino, que deve prestar esclarecimentos sobre as invasões de terra que têm ocorrido nos últimos meses.


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