A ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta sexta-feira que o país pode anexar permanentemente partes da Faixa de Gaza caso o Hamas não libere os reféns restantes em breve. Katz também alertou que os ataques aéreos, terrestres e navais de Israel serão intensificados.
O ministro declarou que já ordenou o avanço das tropas terrestres israelenses para regiões mais profundas de Gaza, prometendo que os ataques continuarão “com intensidade crescente” até que os reféns sejam libertados e o Hamas seja derrotado completamente.
“A cada dia que o Hamas se recusa a libertar os reféns, mais território ele perderá para Israel”, afirmou Katz, aumentando a pressão sobre o grupo terrorista, apenas dias após o fim do cessar-fogo de dois meses.
Após retomar parte do estratégico corredor de Netzarim, que divide o norte e o sul de Gaza, as tropas israelenses avançaram na quinta-feira em direção à cidade de Beit Lahiya, no norte, e à cidade de Rafah, na fronteira sul. O exército também anunciou a retomada do bloqueio no norte de Gaza, incluindo a cidade de Gaza.
Uma série de ataques aéreos israelenses causaram grandes danos ao Hamas nesta semana, matando o chefe do governo de Gaza e outros altos oficiais do grupo. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, mais de 400 palestinos foram mortos em bombardeios na terça-feira.
Enquanto isso, o Hamas anunciou que ainda está avaliando uma proposta dos Estados Unidos para restaurar o cessar-fogo. O plano do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, busca estender o cessar-fogo até abril, após o Ramadã e a Páscoa, para permitir negociações de uma trégua permanente.
A escalada de hostilidades ocorre após as Forças de Defesa de Israel renovarem sua campanha contra o Hamas com um bombardeio surpresa em Gaza, no início desta semana. Israel responsabiliza o Hamas pela retomada dos combates, alegando que o grupo rejeitou o acordo apoiado pelos EUA.
Por sua vez, o Hamas afirmou que só libertará os reféns restantes em troca de um cessar-fogo duradouro e da retirada total de Israel de Gaza.
Os Estados Unidos, que reiteram seu apoio total a Israel, disseram ao Conselho de Segurança da ONU que o Hamas é responsável pelas mortes desde o reinício dos combates. A embaixadora interina dos EUA, Dorothy Shea, afirmou que “o Hamas tem total responsabilidade pela guerra em Gaza e pela retomada das hostilidades. Cada morte poderia ter sido evitada se o Hamas tivesse aceitado a proposta de cessar-fogo feita pelos Estados Unidos na quarta-feira passada.”
Dos mais de 250 reféns originalmente sequestrados no ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, 59 ainda permanecem em Gaza, sendo que 24 deles são considerados vivos.
Israel ameaça anexar partes da Faixa de Gaza se Hamas não liberar reféns
