Israel ameaça atacar aiatolá Ali Khamenei se Irã mantiver provocações

O cenário de tensão entre Israel e Irã, após a “guerra dos 12 dias” em junho, ganhou um novo capítulo neste domingo (27) com uma advertência do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ao líder supremo iraniano, Ali Khamenei. Em uma declaração oficial divulgada por seu gabinete, Katz alertou que Israel está disposto a atingir diretamente Khamenei caso as ameaças provenientes de Teerã contra o Estado israelense persistam.


“Quero mandar uma mensagem clara ao ditador Khamenei: se você continuar ameaçando Israel, nosso longo braço alcançará Teerã de novo e com mais força ainda. E desta vez a você pessoalmente. Não ameace, não seja que se machuque”, manifestou Katz, segundo o comunicado difundido por seu gabinete, após uma visita à base aérea de Ramon, um enclave militar fundamental para as operações defensivas e ofensivas de Israel.

No local, o ministro israelense dirigiu-se às tropas e funcionários da base após a conclusão do confronto de 12 dias que marcou o conflito aberto e mais recente entre Israel e Irã, ocorrido em junho.

No fim de semana passado, o aiatolá iraniano lançou uma advertência dirigida aos Estados Unidos e a Israel, assegurando que Teerã está pronto para responder a qualquer novo ataque militar. Durante uma reunião com altos funcionários do poder judicial iraniano, Khamenei afirmou que o país possui todas as ferramentas necessárias: raciocínio e capacidade militar, e enfatizou que suas respostas serão contundentes, tanto no âmbito diplomático quanto no militar. Sublinhou que o Irã não busca um conflito, mas advertiu que suas respostas a Israel foram “firmes e esmagadoras”. Ele assinalou, além disso, que os ataques israelenses a “certos indivíduos e centros-chave no Irã” não conseguiram enfraquecer o sistema iraniano; segundo o líder supremo, o resultado foi o oposto.

Neste domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que “o Irã está se aproveitando” e questionou “como podem ser tão estúpidos” de dizer que continuarão com seu processo de desenvolvimento nuclear depois que os EUA os bombardearam em junho. Dias atrás, Trump já havia declarado que Washington não tem pressa para fechar um acordo nuclear com o Irã, embora se mostrasse disposto a negociar. “Não temos pressa, mas se querem negociar, aqui estamos”, declarou na Casa Branca durante um encontro com o príncipe herdeiro do Bahrein. Ele explicou que a Administração dos Estados Unidos esteve perto de fechar um acordo semanas atrás; no entanto, após a recusa iraniana, Washington decidiu bombardear as instalações nucleares mencionadas.


A tensão se agravou em 13 de junho, quando Israel iniciou uma ofensiva contra território iraniano. Em retaliação, o Irã lançou centenas de mísseis e drones em direção a Israel. O conflito escalou ainda mais em 22 de junho, com o bombardeio americano sobre três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. O Governo israelense argumentou que sua operação estava dirigida a frear o programa de armamento nuclear do Irã.

Desde que Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 – que impunha inspeções e restrições ao programa atômico de Teerã –, as negociações se reduziram a intercâmbios com escassos avanços. Washington exige o desmantelamento total do programa nuclear iraniano, enquanto o Irã defende seu direito de realizar enriquecimento de urânio com fins pacíficos.

As conversas nucleares ficaram suspensas em 13 de junho após a ofensiva israelense e o ataque americano às instalações nucleares iranianas. O cenário se mantém sob uma tensa calma, com a ameaça explícita de Khamenei sobre a disposição do Irã de responder com contundência a qualquer nova agressão militar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *