Israel e Hamas chegam a acordo sobre cessar-fogo na Faixa de Gaza

Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo para pôr fim à guerra em Gaza, informou a agência Reuters nesta quarta-feira, mais de 15 meses após o ataque de militantes apoiados pelo Irã, em 7 de outubro de 2023, que deu início ao conflito sangrento.

O acordo é resultado de meses de negociações intermitentes mediadas por Egito e Catar, com apoio dos Estados Unidos, e foi firmado pouco antes da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro.

Segundo a Reuters, o acordo estabelece uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas, incluindo a retirada gradual das forças israelenses do centro de Gaza e o retorno de palestinos deslocados para o norte da região.

O pacto também prevê a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária em Gaza por dia durante o cessar-fogo, sendo 50 deles transportando combustível. Desses, 300 caminhões serão destinados ao norte de Gaza, de acordo com um oficial informado sobre o acordo.

As tropas israelenses invadiram Gaza após militantes liderados pelo Hamas romperem barreiras de segurança e invadirem comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023. O ataque resultou na morte de 1.200 soldados e civis israelenses, além do sequestro de mais de 250 reféns, incluindo estrangeiros.

A campanha militar de Israel em Gaza deixou mais de 46 mil mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, e transformou a região costeira em um cenário de destruição, com centenas de milhares de pessoas enfrentando o frio do inverno em tendas e abrigos improvisados.

Com a proximidade de sua posse, Trump intensificou a pressão por um acordo, exigindo que a libertação dos reféns ocorresse rapidamente e alertando para graves consequências caso isso não acontecesse. Seu enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, trabalhou em conjunto com a equipe do presidente Joe Biden para viabilizar o pacto.

Em Israel, o retorno dos reféns pode aliviar parte da indignação pública contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu governo de direita, que enfrentaram duras críticas devido às falhas de segurança que permitiram o ataque de 7 de outubro, considerado o dia mais mortal na história recente do país.


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