Israel libertou quase 2 mil palestinos, incluindo terroristas com prisão perpétua

A Israel liberou nesta segunda-feira (13) quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo centenas de condenados por terrorismo com pena de prisão perpétua, como parte de um acordo para implementar um cessar-fogo e viabilizar a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.


Pouco depois da libertação de 20 reféns vivos1.968 prisioneiros palestinos foram colocados em ônibus com destino à Cisjordânia e Gaza. Entre eles, 250 eram prisioneiros de segurança, a maioria cumprindo uma ou mais penas de prisão perpétua por ataques letais a israelenses. Entre os libertados estavam um policial palestino envolvido no linchamento de dois reservistas no início da Segunda Intifada, um morador de Gaza condenado por estuprar e assassinar um garoto de 13 anos e diversos outros terroristas responsáveis por ataques suicidas e atentados.

Hamas informou que 154 desses prisioneiros foram deportados para o Egito. Ao mesmo tempo, 1.718 detentos de Gaza, que não estavam envolvidos no massacre de 7 de outubro de 2023, foram libertados da prisão de Ketziot, no sul de Israel. Entre eles havia mulheres e crianças.

As famílias das vítimas dos ataques receberam aviso prévio sobre a libertação e expressaram dor e sofrimento, mas também alegria pelo retorno dos reféns.

Em Ofer Prison, próximo a Ramallah, as forças de segurança prepararam a saída dos prisioneiros de segurança, enviando 88 deles para a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Nos muros da prisão, cartazes com os dizeres “Aquele que ameaça uma inundação é afogado e eliminado” faziam referência ao massacre de 7 de outubro, conhecido como “Al Aqsa Flood” pelo Hamas.


Enquanto isso, tropas israelenses usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para dispersar multidões que comemoravam a libertação nos territórios controlados por Israel. Já em Ramallah, os libertados foram recebidos com gritos, abraços e lágrimas, enquanto a multidão entoava “Allahu akbar”.

Além dos prisioneiros de segurança liberados, altos líderes terroristas foram deportados, incluindo Iyad Abu al-Rub, comandante da Jihad Islâmica Palestina responsável por ataques suicidas que mataram 13 pessoas entre 2003 e 2005, e outros líderes envolvidos em assassinatos e atentados.

Os detentos de Gaza foram transportados de volta à Faixa em 38 ônibus, e durante a viagem um grupo tentou abrir as cortinas de um veículo em exibição de comemoração, levando agentes do Israel Prison Service a intervir rapidamente, sem registrar feridos.

Os ônibus chegaram à Faixa de Gaza pelo checkpost Kerem Shalom e seguiram para o Hospital Nasser, em Khan Yunis. A chegada foi marcada por celebrações da população local, com bandeiras palestinas e fotos dos parentes, mas também por sentimentos mistos, como relatou uma mulher identificada como Um Ahmed:

“Estou feliz pelos nossos filhos que estão sendo libertados, mas ainda sentimos dor por todos os que foram mortos e pela destruição em Gaza.”

acordo de cessar-fogo incluiu também a transferência de 360 corpos de terroristas de Gaza, embora até a noite de segunda-feira Hamas tenha iniciado a devolução de apenas quatro corpos de 28 reféns mortos, mostrando que as negociações continuavam tensas até o último momento.

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