O governo de Israel anunciou, nesta quarta-feira, 12, a reabertura da passagem de Zikim, no norte do território palestino. A medida permitirá a entrada, na Faixa de Gaza, de caminhões com ajuda humanitária fornecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por outras organizações internacionais.
📍Update:
In accordance with a directive of the political echelon, today (Wednesday), the ‘Zikim’ crossing has been opened for the entry of humanitarian aid trucks into the Gaza Strip. The aid will be transferred by the UN and international organizations following thorough…
— COGAT (@cogatonline) November 12, 2025
O órgão israelense Cogat, ligado ao Ministério da Defesa, informou que a passagem funcionará “de forma permanente”. Isso já ocorre em Kerem Shalom, no sul de Gaza.
Segundo o Cogat, todo o material humanitário que chegar por Zikim passará por “rigorosas inspeções de segurança realizadas pela Autoridade de Passagens Terrestres do Ministério da Defesa” antes de entrar no território palestino. A operação ocorrerá “em conformidade com uma diretriz do escalão político”, afirmou o órgão.
Mesmo com o cessar-fogo desde 10 de outubro, Gaza segue sob bloqueio e continua sendo alvo de bombardeios. O governo de Israel acusa o Hamas de violar o acordo e sustenta que age em legítima defesa.
ONU pressiona por mais acesso ao norte de Gaza
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários considerou a reabertura essencial para acelerar a entrega de suprimentos às populações mais vulneráveis. “A abertura de passagens diretas ao norte é vital para garantir que ajuda suficiente chegue às pessoas o mais rápido possível”, disse a entidade em relatório recente.
Trabalhadores humanitários relatam, porém, que as restrições israelenses e os longos processos de inspeção ainda dificultam o envio de produtos essenciais. A devastação da infraestrutura e o risco de saques também comprometem o transporte dentro de Gaza.
Nesta terça-feira, 11, o Unicef afirmou que Israel impede a entrada de itens como seringas e mamadeiras, o que tem dificultado o trabalho das agências no território. O material aguarda liberação alfandegária desde agosto.
O Cogat, por sua vez, negou as acusações. Disse que Israel não impede a entrada de suprimentos, mas adota cautela para evitar que o Hamas “explore cinicamente a ajuda para seu próprio fortalecimento militar”. O órgão declarou ainda oferecer “soluções alternativas” às organizações.