Itamaraty planeja visita a brasileiros detidos por Israel

Os representantes do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) planejam visitar, nesta sexta-feira (3), os brasileiros detidos por Israel após a interceptação da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, região palco de conflito entre Israel e Hamas. As embarcações foram paradas em águas internacionais.

Ao todo, 15 brasileiros estão sob custódia da marinha israelense, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e os ativistas Bruno Sperb Rocha, Lisiane Penca Severo, Magno de Carvalho Costa, Mariana Conti Takahashi, Thiago Ávila e Gabriela Tolotti. Outros dois integrantes da flotilha, João Leonardo Cavalcanti Aguiar Costa e Miguel Bastos Viveiros de Castro, permanecem desaparecidos.

Segundo o deputado federal Lindbergh Farias (PT), uma equipe consular se encontrará com os brasileiros ainda hoje para verificar as condições de saúde e segurança, além de prestar assistência jurídica. Inicialmente, a visita estava prevista para quinta-feira (2), mas o feriado judaico de Yom Kippur impediu o acesso dos diplomatas.

“Não estamos conseguindo estabelecer comunicação [com os detidos], mas o ministro Mauro Vieira já sabe a localização deles e foi garantida uma visita consular do governo brasileiro”, afirmou Farias. “A nossa deputada federal está em missão oficial do Parlamento brasileiro. Eles iam levar ajuda à Gaza e foram sequestrados em águas internacionais. Exigimos que todos sejam liberados para voltarem ao Brasil”, acrescentou.

Em nota, o Itamaraty condenou “nos mais fortes termos” a interceptação das embarcações da Flotilha Global Sumud por forças israelenses. A pasta ressaltou que, devido ao caráter pacífico da missão, a ação constitui uma grave violação do direito internacional, incluindo normas do direito marítimo.

“Operações de caráter estritamente humanitário devem ser autorizadas e facilitadas por todas as partes em conflito, não podendo ser arbitrariamente obstadas ou consideradas ilícitas. O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos. Israel deverá ser responsabilizado por quaisquer atos ilegais e violentos cometidos contra a Flotilha e contra os ativistas”, diz a nota.


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