Jair Bolsonaro vai à motociata em Brasília

Monitorado por tornozeleira eletrônica e sujeito a recolhimento domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu participar de uma motociata nesta terça-feira, 29, em Brasília. A aparição em manifestação será a primeira desde a imposição das medidas cautelares pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


O evento está marcado para as 15 horas no Capital Moto Week, um dos maiores encontros de motociclistas da América Latina. O local, que reúne milhares de participantes de todo o Brasil, contará também com um estande da empresa Bravo Grafeno, que pertence ao ex-presidente e comercializa capacetes.

A confirmação da presença foi publicada no perfil oficial do Partido Liberal no Instagram e reforçada por apoiadores de Bolsonaro no X. Entre eles, destacaram-se a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Gustavo Gayer (PL-GO).

Gayer, inclusive, compartilhou um vídeo com uso de inteligência artificial que simula o ex-presidente convocando motociclistas para o evento. “Eu acredito que essa vai ser a maior motociata da história do Brasil.”

As motociatas tornaram-se uma marca registrada de Bolsonaro durante seu mandato. Mesmo em tempos da covid-19, quando aglomerações estavam proibidas, o ex-presidente comandou passeios em várias capitais brasileiras.


Na época, seus opositores acusaram-no de incentivar atos antissanitários. Seus apoiadores viam nos encontros uma forma de reafirmação popular.

Segundo aliados, a presença do ex-presidente não viola as determinações impostas pelo STF. O recolhimento obrigatório inicia-se às 19 horas em dias úteis, o que permite sua participação diurna no passeio. Nos fins de semana, ele está proibido de sair de casa em tempo integral.

Deputados próximos ao ex-presidente, como Messias Donato (Republicanos-ES), divulgaram vídeos com convocações diretas.

“Se você ama o Brasil, está junto nessa luta pela liberdade e tem uma moto faça um esforço para participar desse grande ato”, disse Donato. “Já que Moraes aplicou diversas restrições ao presidente Bolsonaro e ele não pode sair, nós iremos até ele.”

As motociatas também entraram no radar da Polícia Federal. Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou que o Gabinete de Segurança Institucional comprou motocicletas para escoltar Bolsonaro nesses eventos. O caso permanece sob investigação, mas alimenta novas tensões entre os aliados do ex-presidente e o STF.

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