Janja tem equipe ‘informal’, que já soma R$ 1,2 milhão em viagens

Embora não possua um cargo formal no governo, a primeira-dama Janja da Silva dispõe de uma equipe de ao menos 12 pessoas à sua disposição. Segundo informações reveladas pelos próprios militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e servidores da presidência, a equipe custa cerca de R$ 160 mil mensais em salários e já acumula despesas de R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do novo governo Lula (PT). O caso foi divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira (26).

De acordo com as informações, o grupo que trabalha com Janja inclui um militar como ajudante de ordens, fotógrafos, especialistas em redes sociais e assessora de imprensa. Como a primeira-dama não possui um cargo oficial, os funcionários constam como contratados de outros setores do governo.


Entre os nomes mais influentes do grupo, está o de Neudicléia Neres de Oliveira. Formalmente, ela é assessora especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Contudo, no time de Janja ela atua como um tipo de chefe de gabinete. Ela se aproximou da socióloga no acampamento montado em Curitiba, Paraná, na época da prisão do até então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outras integrantes expoentes no grupo de Janja são Brunna Rosa, contratada na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência como chefe da Secretaria de Estratégia e Redes (Seres), e Priscila Pinto Calaf, diretora do Departamento de Canais Digitais da Secretaria de Redes.

Cláudio Adão dos Santos Souza, por sua vez, é o fotógrafo pessoal da primeira-dama, que a acompanha até mesmo em viagens oficiais, tal como Ricardo Stuckert acompanha Lula. O próprio Cláudio conta com um subordinado, o gerente de projeto e fotógrafo Wállison Breno Araújo.

Outros integrantes do grupo que costumam viajar com Janja são, Juliana Aporta Gaspar, coordenadora de Redes Digitais na Secom; Julia Camilo Fernandes Silva, assessora especial do Gabinete Pessoal da Presidência da República; e Edson Antônio Moura Pinto, que além de assessor especial, é capitão do Exército e ajudante de ordens de Janja.

Questionada, a Secom não refutou as informações divulgadas pelo Estadão, limitando-se a enumerar os cargos oficiais de cada um dos funcionários, seus respectivos salários e gastos com viagens. A pasta afirma que eles “compõem quadros de diferentes órgãos da Presidência da República e exercem suas funções de acordo com as atribuições fixadas na Lei nº 14.600/2023”.

Vale destacar que, se Janja não possui cargo formal, não é por sua vontade. Isso porque a esposa de Lula já pediu um cargo próprio, voltado para pautas como feminismo, cultura e segurança alimentar. Contudo, a ideia foi negada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, pois poderia caracterizar nepotismo.

Mesmo sem o posto que gostaria, Janja dispõe de uma sala de 25 metros quadrados no terceiro andar do Palácio do Planalto, pavimento do gabinete de Lula. Em julho deste ano, a presidência contratou uma marcenaria para fazer mudanças nas divisórias dos escritórios e ceder espaço para a equipe informal da primeira-dama.

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