Uma matéria publicada em um dos maiores jornais dos Estados Unidos, The Wall Street Journal (WSJ), no dia 30 de junho, de autoria da jornalista Mary Anastasia O’Grady revela que a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) tem alegado falsamente que Felipe G. Martins viajou do Brasil para Orlando, na Flórida, em 30 de dezembro de 2022, o que causou a prisão do ex-assessor de Jair Bolsonaro.
A suposta viagem teria sido utilizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, para classificar Martins como um “risco de fuga” e justificar sua prisão. O documento oficial de entrada nos EUA, o formulário I-94, foi removido do site da CBP, indicando que houve um erro. No entanto, Moraes continua fundamentando sua decisão em informações presentes na seção “Histórico de Viagens” do site do I-94 – um registro de chegada e saída de pessoas dos EUA.
O WSJ destaca que o CBP não conseguiu explicar como ou por que o registro falso foi criado, nem quando isso ocorreu. O jornal também menciona que a prisão de Martins está ligada a uma investigação sobre uma suposta conspiração do círculo próximo de Bolsonaro contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023.
Segundo a matéria, a defesa de Martins tem evidências de que ele não estava no voo presidencial de Bolsonaro para Orlando em 30 de dezembro de 2022 e que ele estava em um voo doméstico no Brasil no dia seguinte. Mesmo com essa informação, o ministro Alexandre de Moraes continua utilizando o registro do CBP para manter Martins preso.
Ana Bárbara Schaffert, especialista em imigração na Flórida e uma das advogadas de Martins, afirmou que escreveu ao CBP em Orlando em abril para corrigir o histórico de viagens. O CBP confirmou que não havia registro da entrada de Martins em Orlando em dezembro de 2022 e que o último registro de entrada nos EUA foi em setembro de 2022, no aeroporto JFK em Nova Iorque.
No entanto, quando Schaffert contatou o CBP em JFK para obter uma cópia do I-94 de setembro de 2022, foi informada de que havia um I-94 para Martins datado de 30 de dezembro de 2022 em Orlando, com erros evidentes como a grafia incorreta do nome e o uso de um passaporte cancelado.
A matéria do WSJ revela que, mesmo com a remoção do registro falso do site da CBP, o ministro Moraes não alterou sua decisão. Schaffert continua aguardando uma resposta ao pedido de correção do histórico de viagens e a situação permanece sem solução clara.
O jornal americano destaca a necessidade de uma investigação profunda para entender como esse erro ocorreu e por que a agência é relutante em corrigir a situação. Enquanto isso, Filipe Martins continua preso por 144 dias.
*REDAÇÃO EPOCH TIMES BRASIL