A Justiça da Argentina autorizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a visitar a ex-presidenta Cristina Kirchner, que cumpre pena de seis anos em prisão domiciliar por administração fraudulenta. A visita está autorizada para esta quinta-feira (3), segundo revelou o jornal La Nación.
Lula desembarca em Buenos Aires na tarde desta quarta-feira (2) para participar da cúpula do Mercosul, na qual assumirá a presidência temporária do bloco. A previsão é de que ele retorne ao Brasil já na quinta-feira, após o encontro com líderes da região. Não há previsão de reunião bilateral com o presidente argentino Javier Milei.
A autorização para a visita foi concedida pelo juiz Jorge Gorini, do Tribunal Oral Federal 2. Em sua decisão, o magistrado impôs condições para que a tranquilidade da vizinhança onde Cristina cumpre a pena seja preservada.
“Diante do solicitado, autoriza-se Cristina Fernández de Kirchner a receber a visita, em seu domicílio onde cumpre prisão domiciliar, do presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a ser realizada na próxima quinta-feira, 3 de julho”, escreveu Gorini.
O juiz ainda determinou que sejam observadas as regras de conduta já estabelecidas, incluindo a obrigação de evitar “comportamentos que possam perturbar a tranquilidade do bairro e/ou alterar a convivência pacífica de seus moradores”, citando episódios anteriores em que manifestações de apoio à ex-presidenta causaram tumulto na região.
Lula e Cristina mantêm uma relação de amizade de longa data. Após a confirmação da condenação pela Suprema Corte argentina, em junho, o presidente brasileiro usou as redes sociais para prestar solidariedade a Kirchner e afirmou “torcer por uma Justiça imparcial”.
Cristina foi condenada por irregularidades em contratos de obras públicas durante seu mandato, entre 2003 e 2007, no que é considerada uma das maiores investigações de corrupção da história do país. A pena de seis anos de prisão foi confirmada por duas instâncias e ratificada pela Suprema Corte, que também determinou a inelegibilidade perpétua da ex-presidenta.