O juiz Ricardo Leite, 10ª Vara Federal de Brasília, determinou a soltura de Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato. Ele havia sido detido no final do mês passado em razão de ter descumprido medidas restritivas determinadas pelo Judiciário.
Walter Delgatti, no entanto, terá que usar tornozeleira eletrônica e terá uma série de outras obrigações. Entre elas estão o envio de um relatório mensal por e-mail ao delegado do caso detalhando suas atividades na internet, além de manter endereço atualizado e avisar à polícia caso precise deixar o Estado de São Paulo por um período maior que o de 48 horas.
Delgatti havia sido preso após a PF apontar que que ele estaria usando um e-mail vinculado a uma conta bancária para angariar doações por meio de Pix e que tinha tirado fotos para comprovar a veracidade da identidade em sites de compra feitas após a proibição de acesso à internet. Além disso, a PF aponta que ele se ausentou dos endereços fornecidos pela Justiça em Araraquara e Ribeirão Preto sem autorização da Justiça.
O investigado, porém, argumentou que acessou a internet em razão de ser este o seu objeto de trabalho, já que trabalha na área de tecnologia.
Walter Delgatti foi detido em julho de 2019 em razão da invasão dos perfis de Telegram que deram origem aos dados da chamada “Vaza Jato’. As mensagens contribuíram para mudar a posição de parte do Judiciário e garantir a anulação de processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por causa das ações nesse caso, ele responde na Justiça por interceptação telefônica ilegal e invasão de dispositivo informático.
Depois do episódio, ele também se encontrou com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a última campanha, em agosto do ano passado. Imagens reveladas pela revista Veja mostraram que ele se reuniu com o presidente a convite da deputada federal Carla Zambelli, com quem passou a trabalhar por certo período.