A Justiça de São Paulo decretou, na tarde deste domingo (12), a prisão temporária de Ítalo Rodrigues da Silva, suspeito de envolvimento no ataque ao Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorrido na noite de sexta-feira (10), em Tremembé, no interior de São Paulo. O ataque resultou em duas mortes e seis feridos.
Ítalo foi identificado como o segundo suspeito após a delação de Antonio Martins, conhecido como “Nero do Piseiro”, que teve sua prisão decretada no sábado (11). Martins, que já possuía passagens pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, confessou sua participação no ataque, sendo reconhecido pelas vítimas e apontado como responsável intelectual pelo crime.
A Polícia Civil de Taubaté segue investigando o caso, registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A polícia também descartou a ligação de um terceiro homem, inicialmente preso pela Polícia Militar por porte de arma, mas que se mostrou apenas um possível prestador de socorro às vítimas.
O ataque foi realizado por um grupo de criminosos que entrou no assentamento, localizado na região do Vale do Paraíba, com cinco carros e duas motos, atirando contra os assentados. Gleison Barbosa, de 28 anos, e Valdir Nascimento, de 52 anos, não resistiram aos ferimentos e morreram no local. Os outros seis feridos foram encaminhados aos hospitais de Taubaté e Tremembé.
De acordo com o MST, o ataque teria sido motivado por um desentendimento sobre o comércio irregular de terrenos dentro do assentamento. A área de 70 mil metros quadrados, onde ocorreu o ataque, está no centro de uma disputa com a especulação imobiliária e o turismo de lazer, devido à sua localização estratégica. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também apontou que a ação teria como objetivo invadir e tomar o lote para especulação imobiliária.
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