A COP30 ainda nem começou oficialmente – a abertura só ocorre na próxima segunda-feira (10) -, mas as discussões a respeito do evento já circulam com força nas redes sociais. Nas últimas horas, um dos tópicos em debate tem sido o preço dos alimentos na sede da COP em Belém (PA), o que por si só já é irônico em uma conferência que se propõe a discutir, entre seus assuntos, a segurança alimentar ao redor do mundo.
Jornalistas que estão na capital paraense para a cobertura da conferência expuseram que os lanches e refeições no local do evento estão sendo comercializados a valores bem acima dos praticados cotidianamente, mesmo nas grandes cidades brasileiras, onde o custo de vida normalmente é mais elevado. O jornalista Márcio Gomes, da CNN, disse ter pago R$ 99 na COP em apenas dois salgados e uma lata de refrigerante.
– É óbvio que eu vou provar [um salgado de camarão feito com queijo de Marajó], respeitando a culinária aqui do lugar, respeitando tudo, mas esses preços estão exorbitantes aqui na COP – resumiu Gomes.
A repórter Júlia Dualibi, da GloboNews, que também está em Belém para cobrir o evento, foi outra profissional de comunicação a falar sobre os valores praticados nas lanchonetes da conferência. De acordo com ela, um refrigerante estaria custando R$ 25, enquanto que uma coxinha estaria saindo a R$ 30.
O jornalista Teo Cury, também da CNN, publicou um artigo no qual detalhou outros preços de alimentos no evento. Segundo ele, um suco natural, seja de goiaba, acerola, maracujá ou cupuaçu, sai por R$ 30 na lanchonete. Já os sanduíches naturais de frango, misto ou de queijo podem ser comprados por R$ 35.
Já as refeições mais encorpadas, saem ainda mais caras. O prato de filé ao molho madeira, por exemplo, sai por R$ 70, enquanto que a lasanha de abobrinha ou frango xadrez custa R$ 60. Ou seja, um almoço ou jantar no local da COP não sairia por menos de R$ 85. Nem mesmo a sobremesa escapa dos preços altos: Brigadeiro sai por R$ 20. Brownie, por R$ 30. Já um minibolo de maracujá custa R$ 35.
Cury ressalta que levar alimento de casa, que poderia ser uma estratégia para evitar os preços altos, não é uma opção possível. O site oficial da COP30 informa que “as refeições devem ser realizadas nas áreas designadas para alimentação” e que, “por motivos de segurança, não é permitida a entrada de alimentos externos”.