O líder do grupo terrorista Hamas, Khalil al-Hayya, anunciou nesta quinta-feira (9) que a organização chegou a um acordo com Israel para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e implementar um cessar-fogo permanente.
Segundo al-Hayya, chefe da equipe de negociação do Hamas, o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores internacionais de que a primeira fase do acordo significa que a guerra em Gaza “terminou de forma permanente”. Essa etapa inicial prevê a troca de reféns e a retirada parcial das forças israelenses da região.
Apesar do anúncio, o acordo ainda depende de votação pelo governo israelense, e detalhes sobre como ele se encaixará em um plano mais amplo para garantir a paz duradoura permanecem incertos.
Na quinta-feira, negociadores de Israel e do grupo terrorista Hamas assinaram um acordo no Egito para garantir a devolução de todos os 48 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, dos quais cerca de 20 ainda estariam vivos. Em troca, Israel liberará cerca de 2 mil presos palestinos de segurança, fará uma retirada parcial de tropas e implementará um cessar-fogo.
“O rascunho final da primeira fase foi assinado nesta manhã no Egito por todas as partes para a libertação de todos os reféns”, informou uma porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O gabinete de segurança de Israel se reuniu às 18h30, após um atraso de uma hora e meia sem explicação, para uma sessão de briefing sobre o acordo, seguida de votação pelo gabinete completo. Espera-se que o acordo seja aprovado com facilidade, apesar de oposição de setores da extrema-direita.
O acordo prevê que todos os reféns vivos e o máximo possível dos mortos sejam devolvidos em até 72 horas após sua adoção. De acordo com um alto funcionário da Casa Branca, os reféns devem começar a ser liberados na segunda-feira, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a libertação ocorrerá na segunda ou terça-feira.
Em troca, Israel liberará 250 presos palestinos de segurança que cumprem pena de prisão perpétua, além de aproximadamente 1.700 detidos pelo exército durante operações em Gaza ao longo da guerra. Israel também entregará os corpos de 15 palestinos para cada refém cujos restos mortais forem devolvidos ao país.
Trump anunciou ainda que visitará o Oriente Médio nos próximos dias, incluindo Egito e Israel, para acompanhar oficialmente a assinatura do cessar-fogo.
A população de Gaza e Israel comemorou a assinatura do acordo, com celebrações em algumas ruas do território palestino e famílias de reféns em Israel demonstrando alívio e esperança cautelosa pelo fim de dois anos de conflitos sangrentos.