O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse nesta terça-feira (29/7) que “conclama” os deputados a “reagirem” contra a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-RJ). A congressista foi presa em Roma, na Itália, depois de passar quase 2 meses foragida por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Se o Parlamento aceitar calado o exílio político de seus membros, a censura de seus líderes e a criminalização da oposição, estará assinando sua própria rendição. Não será por golpe, será por omissão. Por isso, a Bancada do PL conclama todas as bancadas e líderes desta Casa a reagirem. Porque hoje é Carla Zambelli. Amanhã, será qualquer um de nós”, declarou Sóstenes em nota enviada a jornalistas.
O congressista afirmou que o Brasil “passa a testemunhar o constrangimento diplomático e democrático de ver uma parlamentar buscar proteção internacional por não encontrar, em seu próprio país, as garantias mínimas do Estado de Direito”. Sóstenes relacionou a prisão da colega às medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro não pode, por exemplo, deixar o país e deve usar tornozeleira eletrônica.
“Estamos testemunhando o avanço de um estado de exceção camuflado, onde o Judiciário concentra poderes que não lhe foram atribuídos pela Constituição. Julga, censura, legisla, investiga e pune. Tudo sem controle, sem prazo, sem transparência e, principalmente, sem oposição que possa reagir sem ser punida”, disse o líder do PL.
A oposição chegou a anunciar que ignoraria o recesso do Congresso Nacional e pautou moções de louvor a Bolsonaro nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores, majoritariamente formada por bolsonaristas. Em reação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) proibiu a realização de reuniões de comissões temáticas até agosto, quando a Casa volta às atividades.