Lula acusa Kassab de injustiça contra Haddad; confira

Nesta quinta-feira (30/1), durante uma entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas feitas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Kassab havia chamado Haddad de “fraco” e questionado sua capacidade de liderança, em um evento com representantes do mercado financeiro na quarta-feira.

Lula, em sua defesa, considerou as críticas de Kassab “muito injustas” e ressaltou o papel crucial de Haddad em algumas das principais conquistas do seu governo até o momento. “Eu acho que ele foi injusto com o companheiro Haddad. Só pela aprovação da reforma tributária, Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab”, afirmou o presidente, destacando a relevância da PEC da Transição, coordenada por Haddad, que viabilizou o orçamento para o governo em 2023.

Sobre a previsão de Kassab de que Lula não venceria a eleição de 2026 caso fosse hoje, o presidente reagiu com ironia: “Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir. Eu olhei no calendário e vi que a eleição vai ser só daqui a dois anos, eu fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição.”

Lula também rebateu as declarações de Kassab sobre a fragilidade do atual ministro da Fazenda, que, segundo o líder do PSD, não tem conseguido “se impor” dentro do governo. Para o presidente, Kassab falhou em reconhecer as dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo no início de 2023, quando a PEC da Transição foi essencial para a estabilidade do país.

O PSD ocupa atualmente três ministérios no governo e está em negociação para ampliar sua participação na reforma ministerial que deve ocorrer nos próximos meses.

Kassab, por sua vez, reiterou em sua fala que, se as eleições fossem hoje, o PT não seria o favorito, e que os partidos de centro já estariam se preparando para uma alternativa em 2026. “Se fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito. Eles perderiam a eleição”, disse Kassab. “Os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026.”

No entanto, ele acredita que uma reviravolta ainda é possível, dado o histórico de Lula e sua experiência política. “O PT não estaria na condição de favorito, mas na condição de derrotado. Não vejo uma articulação para reverter essa tendência de piora no cenário. Não vejo nenhuma marca boa, como teve FHC e o Lula nos primeiros mandatos […] Ele tem muita experiência, pode fazer uma reviravolta no seu governo. O que precisa fazer para ganhar, ele faz”, afirmou Kassab.


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