Durante a cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí (SC) nesta quinta-feira (29 de maio), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas às políticas sociais e econômicas adotadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao comentar a extinção de ministérios durante a gestão anterior, Lula questionou: “Economizar para quem, cara pálida? Para dar dinheiro aos ricos enquanto o povo fica sem?”
O presidente citou diretamente a eliminação de pastas como as do Trabalho, Cultura, Igualdade Racial e Direitos Humanos, e criticou os impactos da decisão: “Acabaram até com os ministérios do Trabalho, da Cultura, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, tudo para economizar. Economizar para quem, cara pálida? Para dar dinheiro aos ricos e deixar o povo sem nada? Economizar para quem?”
O evento contou com a presença dos ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Fernando Haddad (Fazenda) e do presidente do Sebrae, Décio Lima. Já o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e o prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), ambos da oposição, não participaram da cerimônia.
Ao falar sobre o papel do setor privado, Lula disse que há confiança renovada no país. “Os empresários voltaram a acreditar, mesmo os que não gostam de nós. E não precisam gostar. A gente não está propondo casamento a ninguém. A gente está propondo que gostem do Brasil, que gostem do povo, e façam investimento. Porque se fizer, vai ter retorno”, afirmou.
O Porto de Itajaí, sob gestão federal desde janeiro, receberá R$ 844 milhões em investimentos para modernização e ampliação, com o objetivo de aumentar a movimentação de cargas e fortalecer a economia local.
Lula também voltou a criticar a concentração de renda no país: “A economia não pode ficar atrofiada. Uma nação em que tem pouca gente com muito dinheiro é uma nação pobre.”
Enquanto o presidente discursava em Santa Catarina, em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugeria alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciado por decreto pelo governo. Ele defendeu uma revisão nas isenções fiscais e uma reforma administrativa.
“O Brasil não aguenta a quantidade de isenções que o nosso país tem”, disse Motta, afirmando que a política de benefícios fiscais vem de gestões anteriores. Ele também sinalizou a possibilidade de cortes em emendas parlamentares: “Se todos forem cortar, o Congresso sabe que também as emendas deverão ser cortadas e reavaliadas. Esse não é um assunto proibido para nós.”
Para o deputado, é necessário promover mudanças estruturantes na máquina pública. “Precisamos discutir a vinculação das receitas, fazer uma reforma administrativa que traga mais eficiência à máquina pública. Só isso ajudará a melhorar o ambiente econômico para que o Brasil possa explorar seu potencial”, completou.