presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (10) a greve de professores e servidores administrativos em universidades federais, classificando-a como desnecessária e prejudicial aos estudantes.
“Eu acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão para esta greve durar o que está durando”, disse Lula em reunião com reitores de universidades e institutos federais. “Porque quem tá perdendo não é o Lula, não é o reitor, são os estudantes brasileiros. Os alunos estão à espera de voltar à sala de aula”, completou.
O presidente, que tem experiência como sindicalista, cobrou flexibilidade dos dirigentes do movimento grevista. “Ele [o organizador da greve] tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apegou. Eu sou um dirigente sindical que nasceu no tudo ou nada. É 100% ou é nada […] Muitas vezes, eu fiquei com nada”, ponderou Lula.
“O montante de recurso que a companheira Esther [Dweck, ministra Gestão e Inovação em Serviços Públicos] colocou à disposição é um montante de recursos não recusável. Eu só quero que levem isso em conta”, pediu o presidente aos sindicalistas da educação.
Novos investimentos em educação
Lula anunciou uma série de investimentos em educação com base no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), totalizando R$ 9,4 bilhões.
- Universidades: R$ 5,5 bilhões, incluindo R$ 3,17 bilhões para obras já planejadas, R$ 600 milhões para ações de expansão, como novos campi, e R$ 1,75 bilhão para hospitais universitários.
- Institutos Federais (IFs): R$ 3,9 bilhões, dos quais R$ 2,5 bilhões serão destinados à criação de 100 novos polos e R$ 1,4 bilhão para manutenção de IFs já existentes.
Os 100 IFs foram uma promessa de campanha do presidente Lula, anunciada pela primeira vez em 2022. “Temos que começar a construir os institutos que anunciamos”, disse Lula, citando uma conversa anterior com Camilo Santana, ministro da Educação. “Pelo amor de Deus, nós temos que fazer acontecer”, afirmou.
O presidente avaliou os investimentos em educação como importantes para enfrentar problemas sociais no Brasil: “Se a gente não tiver a preocupação de fazer este investimento, a gente vai gastar no ano seguinte fazendo cadeia ou contratando polícia para diminuir a violência”.
Lula disse que as localidades dos novos polos, de universidades e IFs, foram escolhidas com base em “vazios educacionais”. Ou seja, regiões estratégicas onde poderá haver diminuição do déficit de pessoas com ensino superior.