O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se posicionar contra a tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço e alumínio brasileiros. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (19) ao jornal O Povo jornal, Lula classificou a medida como “equivocada e injustificada”. “Taxar o aço e o alumínio, na forma como isso foi feito pelos Estados Unidos, não traz nada de bom para ninguém. Nosso governo considera essa uma medida equivocada e injustificada, pois afeta tanto as empresas daqui como as de lá, que trabalham há décadas em uma relação de parceria e complementaridade”, afirmou.
O presidente dise que o Brasil importa carvão siderúrgico dos EUA para a produção de aço, enquanto a indústria norte-americana depende do aço semiacabado brasileiro. “Não há por que atrapalhar essa relação que funciona tão bem. Por isso, estamos trabalhando em conjunto com o setor privado para mostrar que essas medidas precisam ser revertidas e que a razão deve voltar a falar mais alto”, acrescentou Lula.
Recentemente, o Brasil iniciou negociações com os Estados Unidos para buscar uma solução para o impasse. Apesar das dificuldades geradas pela tarifa, que entrou em vigor no último dia 13, o governo brasileiro optou por não retaliar os EUA de imediato. O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano, exportou cerca de R$ 19 bilhões em produtos do setor no ano passado.
Embora o impacto direto da tarifação no PIB do Brasil seja considerado pequeno pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor siderúrgico pode sofrer consequências, como a redução de 2,19% na produção e uma queda de 11,27% nas exportações. O Ministério da Fazenda está avaliando ações para proteger a indústria nacional, com sugestões do setor siderúrgico sendo analisadas.
“Certamente [o Brics] se tornará ainda mais forte agora, pois os países do Sul Global estão tendo cada vez mais certeza de que é na união entre eles, em seu trabalho parceiro e conjunto, que reside o futuro do desenvolvimento”, disse o presidente. O Brics, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, hoje conta com novos membros, como a Arábia Saudita.
