Lula encerra presidência do G20 e passa comando do bloco à África do Sul

No encerramento da cúpula de líderes do G20 no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço da presidência brasileira do bloco, destacando conquistas e reconhecendo as limitações enfrentadas. Após um ano à frente do grupo que reúne as principais economias do mundo, o Brasil transferiu a liderança para a África do Sul, que assume oficialmente em 1º de dezembro.

“Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar”, afirmou Lula. Ele mencionou iniciativas como o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a inclusão da mudança climática na pauta de Ministérios de Finanças e Bancos Centrais, e a aprovação do primeiro documento multilateral sobre bioeconomia.

Conquistas e inovações
Ao longo do mandato brasileiro, que começou em dezembro de 2023, foram realizadas mais de 140 reuniões em 15 cidades do país. Entre os destaques, Lula ressaltou a proposição de novas discussões sobre a taxação de super-ricos e reformas para uma governança global mais inclusiva e eficaz.

Outras medidas notáveis incluem:

1 Empoderamento feminino e igualdade racial: A criação de um grupo de trabalho sobre empoderamento feminino e a proposta de acrescentar a promoção da igualdade racial aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.


2 Energia e sustentabilidade: Compromisso de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030 e o lançamento de uma coalizão para produção local de vacinas e medicamentos.
3 Inovação e inteligência artificial: Aprovação de uma estratégia para cooperação em inovação aberta e a criação de uma força-tarefa para governança da inteligência artificial no G20.

“Definimos princípios-chave sobre comércio e desenvolvimento sustentável e ampliamos o financiamento para infraestrutura de água e saneamento”, destacou Lula. Ele também enfatizou a prioridade dada aos países africanos na discussão sobre o endividamento global.

Uma transição simbólica
Ao passar o comando do G20 para o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, Lula sublinhou a importância da continuidade do bloco sob a liderança de nações em desenvolvimento. Com Brasil, África do Sul, Indonésia e Índia como os últimos presidentes do G20, o petista destacou o papel crucial desses países em promover mudanças estruturais.

“Depois da presidência sul-africana, todos os países do G20 terão exercido, pelo menos uma vez, a liderança do grupo. Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer melhor”, cobrou Lula.

O presidente encerrou seu discurso com um tom otimista, ao mesmo tempo em que reforçou os laços entre América Latina e África: “Esta não é uma transmissão de presidência comum – é a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem nossos continentes. Desejo sucesso ao presidente Ramaphosa nesta nova etapa.”

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