O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de domingo (3/8) para responder às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo auxiliares, o objetivo da fala será reforçar a defesa da soberania nacional e prestar solidariedade ao magistrado.
Moraes foi incluído na Lei Magnitsky Global, legislação americana que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. A medida, adotada na quarta-feira (30/7), gerou forte reação no Palácio do Planalto, que classificou a ação como “inaceitável”. A inclusão do ministro na lista de sancionados foi anunciada pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
Em resposta, Lula decidiu convocar o pronunciamento e, na quinta-feira (31/7), ofereceu um jantar no Palácio da Alvorada a ministros do STF em gesto de apoio a Moraes.
A fala do presidente, que ainda não foi gravada, terá como foco central a crítica à aplicação da Lei Magnitsky contra um integrante da mais alta corte do país. Interlocutores do Planalto afirmam que o discurso destacará a autonomia dos Poderes brasileiros e repudiará tentativas de interferência externa.
Em reação às sanções, Alexandre de Moraes afirmou que existe uma “organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira” para tentar submeter o Supremo Tribunal Federal ao “crivo de autoridade estrangeira”. Sem citar nomes, o ministro também criticou brasileiros que, segundo ele, atuam como “pseudopatriotas” contra as instituições nacionais.
“É uma verdadeira traição à pátria. Há fartas provas”, disse Moraes, que apontou ainda um suposto esforço para desestabilizar o país por meio de sanções econômicas e incentivo a crises sociais, com o objetivo de criar um cenário propício a novas tentativas de golpe.