O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja incluir nas tratativas com seu homólogo estadunidense, Donald Trump, um pedido para que o republicano reconsidere as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras.
Segundo informações do portal Poder360, o Palácio do Planalto e o Itamaraty consideram que restringir as negociações à questão das tarifas não é suficiente, e que é preciso tocar também na questão da aplicação da Lei Magnitsky e da suspensão de vistos de integrantes do Executivo e membros do Judiciário brasileiro.
As negociações para o encontro ainda estão em fase inicial. Espera-se que Trump e Lula conversem esta semana por telefone ou videoconferência, enquanto um encontro presencial ficaria para outra ocasião.
O governo brasileiro quer evitar que Lula passe por situações constrangedoras, tal como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da Turquia, Recep Tayyp Erdogan. Por esse motivo, aliados preferem que o líder brasileiro encontre Trump em outro lugar que não seja a Casa Branca, como forma de evitar exposição a jornalistas. Uma alternativa seria a residência do republicano em Mar-a-Lago, em Palm Beach.
A possibilidade de que Lula consiga reverter as sanções contra Moraes e outras autoridades é tida como extremamente remota. O governo Trump considera que há uma “caça às bruxas” contra a direita no Brasil, em especial no que diz respeito ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também avalia que decisões do STF têm violado a liberdade de expressão de cidadãos e empresas de tecnologia norte-americanas.