Lula rompe com grupo internacional dedicado à memória do Holocausto

O afastamento do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), onde exercia o papel de membro observador desde 2021, foi comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel nesta quinta-feira, 24. O anúncio reforça o cenário de crescente tensão nas relações diplomáticas entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Israel, que se intensificou desde o início do conflito na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.


A relação entre os dois países se deteriorou depois de Lula assumir a presidência. Israel tem acusado o governo brasileiro de demonstrar apoio ao Hamas, enquanto o presidente brasileiro tem criticado a condução das operações militares israelenses em Gaza, onde mais de 50 mil pessoas morreram. O ponto mais crítico da crise ocorreu em fevereiro, quando Lula comparou as ações de Israel em Gaza ao Holocausto, levando à sua declaração como persona non grata em Israel. Em resposta, o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv, reduzindo o nível de representação diplomática entre os países.

Impasses diplomáticos provocados pelo governo Lula

Outro fator de tensão envolve a ausência de definição sobre o embaixador israelense no Brasil. O governo brasileiro ainda não aprovou o nome de Gali Dagan, indicado para comandar a embaixada em Brasília, o que gera preocupação em Israel quanto ao futuro das relações bilaterais.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel destacou que o Brasil decidiu se retirar da IHRA no contexto de críticas ao apoio brasileiro à ação judicial na Corte Internacional de Justiça (CIJ), movida pela África do Sul, que acusa Israel de genocídio em Gaza. A IHRA foi fundada na década de 1990 para combater o antissemitismo.

Embora o governo brasileiro não tenha feito um anúncio oficial sobre a saída, diplomatas israelenses informaram ao Metrópoles que a decisão já foi comunicada à embaixada de Israel em Brasília.


Participação do Brasil no processo da CIJ

Na quarta-feira 23, um novo episódio ampliou o distanciamento entre Brasília e Tel Aviv. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Brasil oficializou a participação no processo na CIJ contra Israel. A ação, apresentada pela África do Sul em 2013, acusa Israel de genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza.

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