O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), finalmente se reuniu pessoalmente com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após meses de opiniões divergentes sobre a guerra que assola o leste europeu há um ano e sete meses. O encontro histórico ocorreu em Nova York (EUA) nesta quarta-feira (20), com ambos os líderes viajando aos Estados Unidos para discursar na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) no dia anterior.
Lula, que aproveitou sua estada em Nova York para realizar uma série de audiências com líderes globais, já havia se encontrado com o presidente americano Joe Biden antes da agenda com Zelensky. Este encontro era muito esperado, uma vez que Lula e Zelensky haviam conversado anteriormente apenas por videoconferência.
No entanto, suas posições divergentes sobre a guerra no leste europeu têm sido uma fonte de tensão. O governo brasileiro, liderado por Lula desde janeiro de 2023, tem sido criticado por países ocidentais e pelo próprio Zelensky devido a uma posição considerada leniente com a invasão militar das tropas russas na Ucrânia.
Lula, por sua vez, propôs a ideia de criar um grupo de países neutros para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, mas essa sugestão ainda não foi aceita. Além disso, o presidente brasileiro não se alinhou com os Estados Unidos e a União Europeia no fornecimento de armas à Ucrânia.
Outro ponto de desacordo notável tem sido a posição da Ucrânia sobre a Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014. Enquanto Lula sugeriu que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia, Zelensky afirmou que a guerra da Ucrânia “começou e vai terminar na Crimeia”. As tensões entre os dois líderes continuam a ser observadas com atenção pela comunidade internacional.
