Em meio à crescente tensão com os Estados Unidos, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, condenou o que chamou de “nova agressão do imperialismo”. O líder venezuelano reafirmou a “fé inabalável na vitória” de seu país.
A declaração de Maduro foi feita na noite de quarta-feira (3), em Caracas, durante a cerimônia que celebrou o 80º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês.
Embora o ditador não tenha se referido diretamente ao ataque dos EUA a uma embarcação ligada à facção criminosa venezuelana “Tren de Aragua”, ele enfatizou que seu país irá resistir às pressões externas. “A Venezuela está de pé, e lhes digo que a Venezuela vai continuar de pé, com serenidade, com firmeza, com fé inabalável na vitória e em paz”, disse Maduro durante a transmissão televisiva.
O ataque dos EUA ocorreu em águas do Caribe e teve como alvo uma lancha que transportava drogas com 11 membros do grupo criminoso.
No evento, Maduro também destacou a união nacional e o suposto apoio das Forças Armadas e da polícia. “Somos gente de bem, somos gente que ama a paz, mas que saibam, somos guerreiros ferozes quando se metem com nossa terra, com nossa história e com nossos direitos. Esta terra pertence aos venezuelanos, às venezuelanas, e não haverá vendepatria nem império que possa tocar e profanar o solo sagrado que nos legaram os libertadores”, afirmou.
A administração de Donald Trump não reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela e oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares por ele, considerando-o líder de um “narcoestado”. Trump reiterou sua postura de firmeza em relação ao governo de Maduro, afirmando que ele representa um “problema tremendo” para os EUA por causa do narcotráfico e da migração irregular. O líder republicano o responsabilizou por controlar o “Tren de Aragua”, que ele descreveu como uma organização envolvida em assassinatos, tráfico de drogas, e outros crimes.
Venezuela anuncia exercícios militares
Paralelamente, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, anunciou exercícios e mobilização da “Milícia” em resposta ao “assédio” norte-americano. Ele informou que as atividades aconteceriam na quinta e sexta-feira, com a participação de novos recrutas e o objetivo de treinar para o cumprimento de missões.
Maduro estimou que 8,2 milhões de venezuelanos já se alistaram para defender o país em meio às tensões com os EUA. Ele informou que o processo de alistamento será permanente e que a Força Armada Nacional Bolivariana anunciará os locais de inscrição. O ditador também adiantou a criação de uma “Unidade comunal miliciana de combate”, que incluirá 15.751 bases populares organizadas em todo o país.