Maduro confirma ligação com Trump; saiba como foi a conversa segundo o ditador

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta quarta-feira (4) que manteve uma ligação telefônica com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há cerca de dez dias, e afirmou que a conversa ocorreu em um tom “cordial”.


Desde agosto, os EUA enviaram uma flotilha de navios de guerra ao Caribe, à qual se juntou em novembro o maior porta-aviões do mundo, alegando o combate ao tráfico de drogas. No entanto, Caracas sustenta que a operação tem como objetivo derrubar Maduro.

“Conversei com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Posso dizer que a conversa foi em tom de respeito e, inclusive, cordial entre o presidente dos Estados Unidos e o presidente da Venezuela”, afirmou Maduro, em seu primeiro comentário público sobre a chamada.

“Se essa ligação significa passos rumo a um diálogo respeitoso, Estado a Estado, país a país, bem-vindo o diálogo, bem-vinda a diplomacia, pois sempre buscaremos a paz”, acrescentou.

Segundo o The New York Times, a chamada incluiu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, mas não resultou em planos concretos para um encontro presencial, e detalhes sobre a conversa não foram divulgados. Trump também confirmou o telefonema no domingo, sem dar informações adicionais: “Não diria que saiu bem nem mal. Foi uma ligação telefônica”, disse.


Washington acusa Maduro de liderar o chamado Cartel dos Soles, declarado organização terrorista em 24 de novembro, e oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do líder venezuelano. Por sua vez, Maduro afirma que as manobras militares americanas têm como objetivo derrubá-lo e controlar as vastas reservas de petróleo do país.

O presidente venezuelano já se declarou disposto a dialogar diretamente com seu homólogo americano, propondo encontros “face to face” (cara a cara).

Nos últimos dias, a tensão entre Caracas e Washington aumentou. No sábado, Trump alertou pilotos e companhias aéreas para considerarem o espaço aéreo venezuelano e regiões próximas “fechado”, em meio a uma crise de conectividade. Como consequência, várias rotas foram canceladas, e a Venezuela revogou as concessões de operação de oito companhias internacionais, incluindo Iberia, Air Europa e Plus Ultra.

Nesta quarta-feira, dois bombardeiros B-52H Stratofortress da Força Aérea dos EUA sobrevoaram o nordeste de Curaçao, próximo à costa ocidental da Venezuela, segundo registros do Flightradar24. As aeronaves, projetadas para missões de longo alcance e capazes de transportar até 32 toneladas de armamento convencional e nuclear, foram detectadas pela manhã.

O deslocamento de bombardeiros e patrulhas marítimas ocorre após o Pentágono confirmar a existência de “planos de contingência” na Venezuela em caso de eventual fuga de Maduro, e declarações de Trump sobre “possíveis ações militares, inclusive terrestres”, caso persista o fluxo de narcotráfico na região.

Os Estados Unidos também destacaram ao Caribe seu maior porta-aviões, o USS Gerald R. Ford, reforçando a pressão sobre o governo venezuelano.

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