O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (18) que efetivos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) serão enviados às comunidades do país neste sábado (20) para treinar a população no manejo de armas. A medida ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, após a presença de navios de guerra americanos no Mar do Caribe.
O anúncio foi feito durante um evento das Brigadas Comunitárias Militares. “No próximo sábado, os quartéis, a Força Armada Bolivariana, vai ao povo, vai às comunidades para ensiná-los, para que revisem, para ensinar a todos os que se alistaram, vizinhos e vizinhas, o que é o manejo do sistema de armas”, afirmou Maduro em transmissão da televisão estatal.
“Será a primeira vez que os quartéis com suas armas e soldados vão ao povo, ao bairro, à comunidade”, acrescentou o líder chavista, explicando que a iniciativa é um programa para preparar voluntários inscritos na Milícia Bolivariana, um corpo civil de apoio às forças regulares.
Disputa com Washington e acusações de golpe
Maduro reiterou a acusação de que os Estados Unidos estariam elaborando um plano para derrubá-lo. “Há um plano imperial para uma mudança de regime na Venezuela, para impor um governo fantoche dos Estados Unidos e vir nos roubar o petróleo, que é a maior reserva internacional do mundo, e o gás, que é a quarta reserva do mundo, e o ouro”, declarou.
A tensão entre os dois países se intensificou em setembro, após os EUA enviarem oito navios militares, um submarino nuclear e dez aviões de combate F-35 para uma base em Porto Rico. Washington defende que o objetivo do deslocamento é combater o narcotráfico na região e acusa Maduro de chefiar o chamado “Cartel dos Sóis”, uma organização de narcotráfico.
Em resposta, o regime venezuelano iniciou um exercício militar de três dias na ilha de La Orchila, com a participação de mais de 2.500 efetivos. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que atividades de treinamento como essa serão organizadas “todos os sábados” para preparar a população contra o que Caracas descreve como tentativas de Washington de forçar uma mudança política no país.
“Nós não nos metemos com ninguém, mas nos preparamos para o caso de ser necessário”, concluiu Maduro.