Depois de uma manifestação de esquerda avançar pelas ruas de Belém, nesta terça-feira, 11, cenas de tumulto foram registradas na entrada da COP30. Dois seguranças ficaram feridos durante a tentativa de impedir que parte dos manifestantes acessasse a chamada Zona Azul, área sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU).
A mobilização reuniu médicos, enfermeiros, estudantes, líderes indígenas e representantes de movimentos sociais. Eles partiram da Avenida Duque de Caxias até o local do evento e reivindicaram maior participação social e melhorias nas políticas de saúde.
Confusão na entrada da Zona Azul, na COP30
Depois do término da marcha, imagens capturaram o instante em que um grupo tentou ultrapassar as barreiras do credenciamento, o que forçou agentes a agirem rapidamente. No confronto, mesas foram empilhadas e uma barricada de seguranças foi formada para conter a entrada.
Segundo a Secretaria das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), “um grupo de manifestantes violou as barreiras de segurança na entrada principal da COP, causando ferimentos leves a dois seguranças e danos superficiais ao local”, afirmou a entidade ao portal g1.
🚨Brasil 🇧🇷: Um grupo de
Indígenas e pessoas ligadas ao partido “PSOL” invadiu um dos locais da COP 30 em Belém, na noite desta terça(11).
O motivo alegado pelo é a cobrança de taxação de grandes fortunas para financiar políticas climáticas. pic.twitter.com/CpWCDUuDMb— Ivan Kleber (@lordivan22) November 11, 2025
A UNFCCC acrescentou que “autoridades do governo brasileiro e da ONU estão investigando o incidente e que o local está seguro, e as negociações da COP continuam”, de acordo com nota oficial.
Os organizadores da Marcha Global Saúde e Clima declararam, em comunicado, que “não têm nenhuma relação com o episódio ocorrido na entrada da Zona Azul da COP 30 depois do encerramento da marcha”.
Relatos dos participantes e medidas de segurança
Júlio Pontes, manifestante de 29 anos que conseguiu acessar a área de credenciamento, disse que, ao chegar à entrada da Zona Azul, “a gente decidiu ir adiante, e houve nesse momento uma certa tensão, um enfrentamento com a segurança”. “Mas, felizmente, todo mundo saiu bem e conseguiu fazer aquilo que era mais importante: dar um recado aos movimentos sociais por mais participação popular, em defesa dos territórios e das florestas”, disse.
Antes do tumulto, a marcha contou com aproximadamente 3 mil participantes em um trajeto de 1,5 km, liderada pelo Movimento Médicos pelo Clima, segundo a organização. A segurança da Zona Azul ficou sob responsabilidade de agentes contratados pela ONU, que solicitaram apoio de forças estaduais e bombeiros civis para reforço.