Protestos em Paris contra a reforma do sistema de pensões têm se intensificado nas últimas semanas. Nesta quinta-feira, 20, cerca de 300 manifestantes, em sua maioria trabalhadores ferroviários, invadiram os escritórios da Euronext, em Paris, em um ato simbólico. Os manifestantes protestam contra a lei que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, já promulgada pelo presidente Emmanuel Macron e que entrará em vigor em 1º de setembro.
Os protestos têm se espalhado por diversos setores, incluindo os trabalhadores do setor ferroviário, que são conhecidos por suas greves frequentes. Os manifestantes entraram na sede da Euronext, proprietária da bolsa parisiense, com bandeiras, bombas de fumo e palavras de ordem. No entanto, não houve depredação nem prisões.
Os manifestantes exigem que as empresas do índice CAC 40, que reúne as 40 ações mais bem cotadas da bolsa de Paris, paguem suas aposentadorias com seu dinheiro. Eles colaram cartazes nas paredes do prédio com a frase “CAC 40 para pagar nossas aposentadorias”. Fabien Villedieu, sindicalista da Sud-Rail, afirmou que a escolha da Bolsa de Valores como local de protesto foi feita porque ela é o símbolo do CAC 40.
Esses atos surpresa têm sido decididos em assembleias de trabalhadores ferroviários e têm descolado da agenda oficial de greves da junta intersindical que lidera os protestos desde janeiro. O presidente Macron está em turnê pelo interior do país, mas tem sido recebido com vaias e penalaços. A reforma da Previdência do governo foi validada pelo Conselho Constitucional da França na última sexta-feira, 14.