A Justiça manteve a prisão do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o coronel do Exército Marcelo Câmara, após ele passar por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (19/6). A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo advogado dele, Eduardo Kuntz.
O militar é um dos réus no processo que trata da suposta trama golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Câmara foi preso nessa quarta-feira (18/6) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Defesa vai recorrer da decisão
O advogado de Câmara considera que o motivo da prisão do cliente não procede e já avisou que vai recorrer da decisão de Moraes.
“Não tem nenhuma ilegalidade no cumprimento da prisão, o problema é na ordem de prisão em si, objeto do agravo regimental que eu vou entrar na segunda-feira (23/6) mostrando que ele não deveria ter sido preso e aguardando que ele seja solto o mais rápido possível”, afirmou Kuntz ao Metrópoles.
Kuntz divulgou áudios de uma conversa entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, delator da suposta trama golpista, por meio de um perfil do Instagram. As informações desse contato foram, inclusive, prestadas pela defesa de Câmara junto ao STF. Foi esta conversa entre o advogado de Câmara e Cid que configurou a obstrução da Justiça.
Na decisão dessa quarta, Moraes também determinou que a Polícia Federal (PF) realize a oitiva de Kuntz, Marcelo Câmara e também de Mauro Cid. O prazo para o cumprimento da medida é de 15 dias. O objetivo é a “apuração da suposta prática do crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.