O senador Marcos do Val, representante do Podemos no Espírito Santo, encerrou um longo depoimento de quase 6 horas na sede da Polícia Federal nesta quarta-feira (19). O depoimento faz parte de um inquérito que investiga uma suposta trama golpista com o objetivo de grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar chegou à PF às 13h10 para esclarecer as diferentes versões envolvendo acusações a Jair Bolsonaro e ao ex-deputado Daniel Silveira, sobre a suposta articulação de um plano para invalidar as eleições presidenciais de 2022. Apesar do longo interrogatório, Marcos do Val não fez nenhum pronunciamento ao final da oitiva.
As investigações tiveram início em 15 de junho, quando a PF realizou busca e apreensão nos endereços relacionados a Marcos do Val, incluindo o Senado Federal. A operação foi autorizada por Alexandre de Moraes, e durante a ação foram apreendidos computadores, pen drives e um telefone celular.
Em fevereiro do mesmo ano, o senador havia publicado um vídeo acusando Bolsonaro e Silveira de orquestrarem uma reunião, no final do mandato do ex-presidente, com o objetivo de envolvê-lo em um plano de golpe de Estado.
Segundo Marcos do Val, Bolsonaro e Silveira tentaram convencê-lo a grampear Moraes e forçá-lo a admitir que atuou parcialmente para incriminá-lo e, ao mesmo tempo, invalidar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
No entanto, o senador apresentou diferentes versões ao longo do depoimento. Primeiramente, minimizou a participação do ex-presidente, afirmando que apenas Daniel Silveira havia proposto o golpe. Posteriormente, admitiu que sua ideia era apenas “manipular o noticiário”.
Na semana anterior, Jair Bolsonaro prestou depoimento na Polícia Federal e, após a oitiva, negou qualquer envolvimento com tentativa de golpe de Estado. Ele também afirmou que o nome de Alexandre de Moraes não foi mencionado na reunião com Marcos do Val.
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