Médico com arritmia cardíaca, preso no 8/1 enquanto socorria uma pessoa, recebe liberdade provisória

Depois de 324 dias preso no Complexo Penitenciário da Papuda por participar nos atos de 8 de janeiro, em Brasília, o médico Frederico Rosário Fusco de Oliveira, de 60 anos, recebeu liberdade provisória. Ele deixou o presídio no final da manhã desta terça-feira (28) e realizou homenagem ao amigo Clezão – como chamava o comerciante Cleriston Pereira da Cunha, preso do 8/1 que morreu dia 20 de novembro.

Nessa data, Clezão passou mal na penitenciária e recebeu os primeiros socorros do médico e colega Frederico, que realizou massagem cardíaca com a ajuda de outros presos até a chegada da equipe de emergência, mas não conseguiu salvá-lo. “Clezão não será esquecido”, escreveu na camiseta que usou ao deixar o presídio.

De acordo com a equipe de defesa, o idoso perdeu cerca de 15 quilos durante o cárcere e a partir de agora receberá tratamento para hipotireoidismo, arritmia cardíaca, fibrilação colateral crônica, pré-diabetes e dislipidemia, que é alta taxa de gorduras no sangue. O médico deixou a Papuda animado, e foi recebido por amigos e familiares.






“Até uma paciente que faria cirurgia com ele no dia seguinte aos protestos veio encontrá-lo e chorou, dizendo que está aguardando para que o Dr. Frederico faça essa cirurgia”, relatou a advogada Carolina Siebra, ao citar que o idoso ainda não sabe como será sua rotina devido às regras de horários e deslocamentos devido ao uso de tornozeleira eletrônica, mas garantiu que sua luta pelos outros presos do 8/1 continuará.


“E ele falou principalmente do Seu Jorginho, que está muito mal”, relatou a advogada, ao citar um idoso de 63 anos que possui oito pinos na coluna e está com a saúde emocional muito abalada.

Por que Dr. Frederico foi preso?
Ainda de acordo com a advogada, o Dr. Frederico foi preso no dia 8 de janeiro, após ajudar uma pessoa que estava passando mal nos arredores do Palácio do Planalto e ser convidado pelos policiais para se abrigar no interior do prédio. “Os policiais pediram para ele entrar porque o ambiente estava inóspito por conta das bombas de efeito moral”, relatou a advogada, informando que Frederico foi aprisionado momentos depois.


Frederico é natural do Rio de Janeiro, já morou em Minas Gerais, e atualmente reside em Brasília. Ele atua como clínico geral há 35 anos, e tem dois filhos.

FONTE: Gazeta do Povo


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