Dois dias antes de morrer, Papa Francisco afirmou que estava “muito bem”. Isso foi o que o chefe do serviço de cirurgia do Hospital Gemelli, Sergio Alfieri, revelou sobre os últimos momentos do pontífice.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o especialista recordou a conversa que teve com o religioso, depois do almoço, na véspera da Páscoa. Logo depois, ele recordou como descobriu o falecimento.
“Entrei no quarto dele e seus olhos estavam abertos. Percebi que ele não tinha problemas respiratórios e tentei chamá-lo, mas ele não respondeu. Não reagia nem mesmo a estímulos dolorosos. Naquele momento, entendi que não havia mais nada a ser feito. Ele estava em coma”, afirmou.
Em seguida, Sergio Alfieri deu mais informações sobre a morte: “Ele morreu pouco depois. Fiquei lá com Massimiliano, Andrea, as outras enfermeiras e as secretárias. Todos chegaram, e o cardeal [Pietro] Parolin nos pediu para rezar. Rezamos o terço com ele. Eu me senti privilegiado e agora posso dizer que fui. Naquela manhã, fiz-lhe uma carícia como último adeus”, recordou.
Ainda durante o bate-papo, o médico explicou o fato de Francisco ter seguido os compromissos da Igreja Católica: “Ele é o papa. Voltar ao trabalho fazia parte da sua terapia, e ele nunca se expôs a nenhum perigo. É como se, aproximando-se do fim, tivesse decidido fazer tudo o que precisava fazer”, comentou, antes de completar:
“Ele me pediu para organizar uma reunião com todas as pessoas que o trataram no Gemelli. Eu disse que havia 70 pessoas e que talvez fosse melhor marcar depois da Páscoa, ao fim da convalescença”, encerrou.
