Megaprojeto de Milei é aprovado no Senado argentino

Na quarta-feira (12), após horas de intensos debates, o Senado da Argentina aprovou o megaprojeto de lei proposto por Javier Milei. A votação inicial chegou a um empate de 36 a 36, sendo desempatada pelo voto da vice-presidente Victoria Villaruel, que concedeu a aprovação definitiva ao projeto.

A sessão no Senado foi marcada por um debate prolongado, onde a votação geral da iniciativa terminou com 37 votos a favor e 35 contra. Em seguida, os parlamentares continuaram a análise detalhada do projeto, com o chefe provisório do Senado, Bartolomé Abdala, liderando a sessão, uma vez que Victoria Villarruel estava assumindo temporariamente a presidência devido à viagem de Javier Milei à Europa.

Durante a votação, Villarruel destacou a divisão no país, observando que enquanto alguns manifestantes recorreram à violência, a maioria dos trabalhadores aguardava com esperança a aprovação do projeto. “Para aqueles argentinos que sofrem, que esperam que uma situação que se perpetuou na dor por muitos anos seja mudada, que não querem ver seus filhos deixarem o país e que merecem o orgulho de serem argentinos: meu voto é afirmativo”, declarou Villarruel.

Ao longo do dia, o governo precisou fazer várias concessões para garantir a aprovação. Algumas das mudanças incluíram a remoção das privatizações de Aerolíneas Argentinas, Correo Argentino e Televisión Argentina do texto original, além da redução dos poderes extraordinários atribuídos ao presidente por meio de declarações de emergências administrativas, financeiras e econômicas.

Agora, o texto retorna à Câmara dos Deputados, que já havia aprovado uma versão anterior do projeto, mas precisará reavaliar as alterações feitas pelo Senado. O projeto concede poderes especiais a Milei para governar por decreto em diversas áreas, permite a dissolução de órgãos públicos, privatizações de estatais, alterações em leis trabalhistas e incentivos fiscais para empresas estrangeiras interessadas em investir no país.

A votação no Senado ocorreu em um ambiente tenso, não apenas pelos debates acalorados entre governo e oposição, mas também pelos distúrbios nas ruas. Confrontos entre a polícia e manifestantes nas imediações do Congresso resultaram em vários feridos e presos, aumentando a pressão sobre os legisladores durante a deliberação.


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