Milei fecha agência de notícias da Argentina

Os funcionários da agência de notícias estatal argentina Télam encontraram as portas do prédio fechadas nesta segunda-feira (4), depois que o presidente Javier Milei anunciou seu fechamento, e realizam protesto, em meio ao repúdio de organizações de defesa de liberdade de expressão.

Milei anunciou na sexta-feira o fechamento de uma das maiores agências de notícias em língua espanhola do mundo, que funcionava desde 1945, durante seu discurso de abertura no Congresso, alegando que a empresa era usada para “propaganda kirchnerista”, em referência ao movimento político peronista de oposição liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner.

“É um ataque à democracia e à liberdade de expressão e é por isso que vamos defendê-la”, afirmou o Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBA) em um comunicado publicado na rede social X.

Os trabalhadores da Télam, que receberam um e-mail informando que haviam sido dispensados de suas funções por sete dias, planejara um abraço simbólico nesta segunda no prédio da agência de notícias, cujo site estava fora do ar.

Enquanto isso, a Associação de Correspondentes Estrangeiros da Argentina enfatizou “a necessidade de o país ter uma agência de notícias estatal – e não governamental – que garanta aos cidadãos o acesso a uma informação plural e apoie a divulgação de notícias que, por razões óbvias, não costumam interessar à mídia comercial”.

De acordo com a mídia local, a Télam emprega cerca de 700 pessoas, incluindo jornalistas, fotógrafos e pessoal administrativo, e tem 27 correspondentes.

Milei, político ultraliberal que assumiu o cargo em dezembro, está realizando um profundo ajuste econômico, em um contexto de inflação de cerca de 200% ao ano e pobreza próxima a 60%.


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