Nesta quarta-feira (6/7), o ministro da Defesa, Paulo Sério Nogueira, falou à Câmara em audiência sobre prioridades das Forças Armadas brasileiras para 2022. No entanto, o representante do governo aproveitou a interação com parlamentares para debater a participação das Forças Armadas nas eleições deste ano.
No mês de Maio, por meio de ofícios e manifestações públicas, Nogueira expôs o incômodo com a resistência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as proposições da Defesa para as eleições. Nesta quarta-feira, o ministro da Defesa afirmou que as tratativas entre as partes seguem em andamento e que espera maior abertura para participar do pleito de outubro.
Durante seu discurso, Paulo Sérgio Nogueira voltou a declarar que o debate sobre a segurança das urnas eletrônicas e do sistema de apuração é legítimo e de interesse da sociedade.
“Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a ataque, imune a ser invadido. Tem bancos que gastam milhões com segurança; e eu tive meu cartão clonado há três semanas”, afirmou o ministro da Defesa.
E acrescentou, “As propostas das Forças Armadas foram elaboradas desde setembro do ano passado até os dias atuais. O que a gente pede é transparência, não estamos duvidando do processo eleitoral, achando isso ou aquilo. É um espírito colaborativo, para ajudar o TSE. Eu disse isso em reuniões com o presidente e o vice do TSE, os ministros (Luiz Edson) Fachin e (Alexandre de) Moraes.”.
No mês passado, as Forças Armadas e o TSE tiveram um aparente momento de aproximação, quando Fachin, presidente do tribunal, convidou Heber Garcia Portella, representante das Forças Armadas, para uma reunião da Comissão de Transparência das Eleições (CTE). Mas a Defesa espera continuar sendo ouvida.
“Estamos sempre prontos para ajudar na melhoria do processo. Fizemos várias propostas, algumas foram aceitas, outras parcialmente aceitas, outras não foram aceitadas, outras ficaram para pleitos futuros. Estamos conversando. O que queremos é transparência, segurança e melhores condições de auditar o processo”, declarou Nogueira.
Além de Paulo Sérgio Nogueira, os comandantes das Forças Armadas também estiveram presentes na sessão na Câmara. Discursaram aos deputados o almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, o general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército, e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, comandante da Aeronáutica.