O discurso proferido pelo ministro Luís Roberto Barroso durante o congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) na última quarta-feira (12/7) recebeu críticas de ministros do STF e de outros tribunais superiores em Brasília. Sob condição de anonimato, colegas de Barroso no Supremo e ministros de cortes superiores expressaram críticas, especialmente em relação ao trecho em que o magistrado mencionou a derrota do bolsonarismo.
Durante o evento, Barroso declarou: “Nós derrotamos a censura, derrotamos a tortura, derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. Ao lado do ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino. Colegas de Barroso no STF consideraram essa fala “muito ruim”, alegando que contribui para tornar a Corte ainda mais alvo de ataques e críticas tanto dos bolsonaristas quanto da atual oposição.
Magistrados de outros tribunais superiores avaliam que a declaração foi ainda pior pelo fato de ter sido feita a apenas dois meses da posse de Barroso como presidente do Supremo. Essa crítica está relacionada à preocupação de que a fala de Barroso possa prejudicar a imagem e a reputação do Supremo Tribunal Federal, colocando em risco a estabilidade e a credibilidade da instituição.
As críticas dos ministros do STF e de outros tribunais superiores evidenciam o ambiente tenso e polarizado que permeia o cenário político e judicial do país. O discurso de Barroso no congresso estudantil gerou debates e divisões de opiniões, mostrando a sensibilidade e a importância das declarações dos ministros em momentos públicos e a necessidade de cautela ao abordar assuntos politicamente sensíveis.
Diante dessas críticas, o discurso de Barroso no congresso da UNE levanta discussões sobre a responsabilidade dos ministros do STF em suas manifestações públicas e a necessidade de se preservar a imagem e a imparcialidade da instituição perante a opinião pública. A controvérsia em torno dessas declarações destaca a importância de um diálogo construtivo e respeitoso entre os poderes para o fortalecimento do Estado democrático de direito no Brasil.