Moraes diz que Big Techs resistem ao debate sobre transparência de algoritmos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, voltou a criticar as grandes empresas de tecnologia, conhecidas como Big Techs, por sua resistência em discutir a falta de transparência de algoritmos. Durante o Fórum Internacional Justiça e Inovação, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), realizado nesta terça-feira, 20, Moraes lamentou a postura das empresas ao se recusarem a participar de um debate construtivo sobre a necessidade de aumentar a autorregulação.

Para o ministro, essa resistência ao debate acaba prejudicando a democracia como um todo. No entanto, ele ironizou a suposição de que pretende controlar as redes sociais, afirmando que não é comunista, como já foi acusado por alguns. Moraes reforçou sua convicção de que os eventos ocorridos em 8 de janeiro, que resultaram em ataques à imprensa, às eleições e ao Poder Judiciário, foram motivados por comunicação via aplicativos de mensagem, os quais foram “instrumentalizados” pelos manifestantes.

O ministro destacou a importância de as Big Techs se responsabilizarem por suas ações, afirmando que se as empresas do mundo real fizessem apenas 1% do que as grandes plataformas fazem em relação aos seus algoritmos, estariam sujeitas a responsabilização civil e penal. Moraes criticou a ideia de que as Big Techs não fazem parte do mundo real e ressaltou que a falta de transparência em relação aos algoritmos contribui para o desprezo aos direitos fundamentais.

A discussão sobre a transparência dos algoritmos utilizados pelas empresas de tecnologia é um tema relevante atualmente, especialmente no contexto das redes sociais, onde a disseminação de informações e o impacto na opinião pública são significativos. A postura das Big Techs em relação a essa questão tem sido alvo de críticas e levanta preocupações sobre o controle e a influência que essas empresas exercem sobre a sociedade e o processo democrático.