O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que o ex-policial militar Ronnie Lessa tenha conversas reservadas com seu advogado na prisão. Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, Lessa está no presídio de Tremembé, em São Paulo.
Moraes, no entanto, manteve a determinação de que a comunicação entre cliente e defesa seja monitorada e gravada. Decisão que já foi questionada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em outro momento.
A decisão, nesta segunda-feira (19), atendeu a um pedido da defesa do réu.
– Na última quarta-feira (14), após requerimento em audiência para obter conversa em sala reservada com o corréu colaborador premiado Ronnie Lessa, tal pleito foi indeferido sob o fundamento de que violaria a decisão de Vossa Excelência quanto ao monitoramento das comunicações entre advogado-cliente – dizia o ofício redigido pelo advogado Saulo Carvalho, em menção às negativas de Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete de Moraes.
O advogado alegou dificuldades de contato com o seu cliente e “completa vedação de comunicação”.
Ronnie Lessa foi transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para a Penitenciária de Tremembé, em São Paulo, no último dia 20 de junho por decisão de Alexandre de Moraes. O réu foi beneficiado com a mudança de presídio após fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal (PF).
Lessa deverá ser ouvido ainda nesta semana no julgamento na Suprema Corte sobre a morte de Marielle e Anderson Gomes.
Ronnie Lessa deve ser ouvido nesta semana no julgamento na Suprema Corte sobre a morte de Marielle e Anderson Gomes. Ele revelou os supostos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson: os irmãos Brazão – Chiquinho, deputado federal, e Domingos, conselheiro afastado do Tribunal de Contas -, que estão sendo julgados.