O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acatou nesta quarta-feira (4/6) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que a Polícia Federal (PF) inclua o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista vermelha da Interpol. A medida visa localizar a parlamentar, que está fora do Brasil desde 25 de maio.
A decisão de Moraes, datada de 4 de junho de 2025, instrui a PF a “realizar os procedimentos necessários para a inclusão da condenada Carla Zambelli Salgado de Oliveira (CPF nº 013.355.946-71) na difusão vermelha da Interpol, bem como informe ao juízo sua localização, para viabilizar o competente pedido de extradição”.
Condenação e fuga do país
Carla Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato devido ao seu envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A PGR havia solicitado a prisão preventiva da deputada, o que foi deferido por Moraes nesta quarta-feira.
A deputada viajou de carro até Buenos Aires, na Argentina, e de lá seguiu para fora da América do Sul. Sua saída do país não foi registrada formalmente pela Polícia Federal, uma vez que a travessia da fronteira entre Brasil e Argentina na região utilizada por ela não exige controle migratório rigoroso.
Em entrevista ao canal Auriverde, no YouTube, nesta terça-feira (3/6), já fora do Brasil, Zambelli confirmou sua saída, alegando que o motivo inicial da viagem seria a busca por um tratamento médico que já vinha realizando, sem especificar a natureza ou o local.
Multa por postagens e justificativa de Moraes
Além da inclusão na lista da Interpol, Moraes também impôs uma multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a Carla Zambelli por “postagem nas redes sociais suas ou de terceiros que reiterem as condutas criminosas”.
Em sua decisão, o ministro fundamentou a medida afirmando que “é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”. A inclusão na lista vermelha da Interpol é um passo crucial para viabilizar o pedido de extradição da deputada.