A empresa que faz a obra de manutenção do presídio de Mossoró (RN), por onde dois homens fugiram, também tem contrato com uma prisão federal de Brasília, onde estão lideranças do PCC.
A R7 Facilities tem contrato de mais de R$ 2 milhões com a União para prestar serviços de apoio técnico e administrativo na Penitenciária Federal de Brasília. As informações são do jornal O Estado de São Paulo e também do site Metrópoles.
Na prisão estão membros do PCC, incluindo Marcola, líder da facção criminosa. Ele foi transferido de uma prisão de Porto Velho (RO) para Brasília em 2023 após autoridades descobrirem um plano de resgate.
Em 14 de fevereiro, dois detentos fugiram de uma prisão federal de Mossoró pela área de obras da R7 Facilities. Segundo a investigação, eles entraram no local, protegido apenas por um tapume de metal, roubaram ferramentas e cortaram o alambrado com um alicate recolhido na obra.
Os dois fugitivos são Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça, ligados a facção criminosa Comando Vermelho. É a primeira vez que criminosos conseguem escapar de um presídio federal de segurança máxima no Brasil. Esse tipo de prisão existe desde 2006.
Oficialmente, a R7 Facilities tem como dono um homem que mora na periferia de Brasília. A empresa tem um faturamento anual de R$ 195 milhões e foi contratada por R$ 1,7 milhão. As informações são do Estadão.
Contrato foi assinado durante o governo Bolsonaro e renovado pela gestão Lula. A contratação foi feita em abril de 2022 pelo Ministério da Justiça, quando Anderson Torres comandava a pasta, e prorrogada um ano depois, já sob a administração de Flávio Dino.
Torres e Dino não atuaram diretamente nas negociações com empresa de “laranja”. Segundo o Estadão, os trâmites foram realizados por funcionários do Ministério da Justiça que fazem parte dos departamentos relacionados à administração de presídios federais.
O Ministério da Justiça disse que vai pedir “apuração rigorosa” sobre o caso. Em nota enviada ao jornal, a pasta disse que a empresa cumpriu todos os requisitos técnicos de contratações, mas que acionou órgãos competentes para investigar a “lisura da empresa citada”.
O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação contra a R7 Facilities. Será investigada a suspeita de que a empresa está registrada em nome de um “laranja”.
Empresa afirmou ser “imprudente” chamar o dono de “laranja”. A companhia falou em “preconceito”, mas não deu detalhes sobre que tipo de obra foi contratada para fazer no presídio de Mossoró.
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